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Minerva (BEEF3): Toda a atenção para a ‘janela de oportunidade’ e novos ativos; veja análises do BTG, XP e Bank of America

02 out 2025, 17:26 - atualizado em 02 out 2025, 17:51
minerva beef3
(Imagem: Divulgação/Minerva Foods)

Os analistas do BTG Pactual, XP Investimentos e Bank of America (BofA) destacaram a “janela de oportunidade” para exportações citada pelo CEO do Minerva Foods (BEEF3), Fernando Queiroz, em meio a um cenário de contração para oferta global de gado.

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Em comum, os analistas enxergam que o momento abre novos destinos comerciais para a carne bovina brasileira, como Europa e Japão. Outro tema relevante ficou por conta da integração de ativos adquiridos da Marfrig (MRFG3).

Para Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, do BTG, o cenário fortalece o papel da companhia como exportadora.

E, no longo prazo, essa tendência deve persistir pelo fato de o Brasil possuir vantagens únicas: capacidade de expandir o rebanho, ganhos constantes de produtividade, baixos custos com alimentação, oferta crescente de DDG proveniente do etanol de milho e riscos climáticos relativamente moderados.

Apesar do curto prazo construtivo, com o bom momento das exportações e a monetização dos estoques sustentando tanto receitas quanto margens, o BTG vê riscos para o fluxo de caixa livre. “O ciclo no Brasil deve se inverter, elevando os preços do gado. A um múltiplo de 5,1x EV/Ebitda, a ação está próxima de sua média histórica de 5,3x nos últimos 10 anos, deixando pouca margem de segurança na avaliação”.

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Os analistas mantêm sua recomendação neutra e preço-alvo de R$ 8,00 (potencial de alta de 22,32%) para a ação. Para eles, manter uma empresa alavancada com horizonte de 12 meses exigiria maior visibilidade sobre resultados operacionais sustentáveis. 

A XP, por sua vez, segue com a ação como sua top pick (compra, preço-alvo de R$ 7,90 e potencial de alta de 16,01%) dentro do universo de Agronegócio, Alimentos e Bebidas (Agribusiness, Food & Beverages).

Os analistas da corretora destacam a integração de ativos da Marfrig. Inicialmente, a movimentação estava prevista para demorar até 18 meses, mas foi concluída no 3T25. Segundo o Minerva, isso deve representar uma taxa de utilização da capacidade entre 75–80% no 4T25.

“Ficamos surpresos com o quanto o Minerva, historicamente reconhecida por seu perfil voltado ao trading, tem tomado iniciativas e se posicionado de forma clara para se aproximar do consumidor final”.

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Já um ponto importante mencionado pelas analistas do Bank of America fica para o foco contínuo na desalavancagem.

Se os estoques de carne bovina nos EUA forem vendidos no segundo semestre de 2025, o Minerva espera se aproximar do topo da faixa indicativa de receita líquida de R$ 50-58 bilhões em 2025 (o valor anualizado do 1S25 implica R$ 50 bilhões), e o Ebitda pode ficar entre R$ 4,75 bilhões e R$ 5,25 bilhões.

“Isso levaria a uma relação Dívida Líquida/Ebitda de 2,5x a 2,8x até o final de 2025 e abaixo de 2,5x em algum momento até o 3T26. Nesse cenário, a empresa poderia pagar dividendos com base na sua política, que determina pagamento de 50% do lucro se a alavancagem estiver abaixo de 2,5x”, dizem Isabella Simonato e Julia Zaniolo.

O BofA elevou seu preço-alvo (de R$ 6,20 para R$ 7,40), mas manteve sua recomendação neutra, já que apesar do momento positivo nos lucros, a alavancagem ainda é elevada e o potencial de valorização é limitado. 

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.