Mini-índice (WINV25) cai, em dia de feriado nos EUA, e dólar futuro avança

O Ibovespa futuro, ou mini-índice, iniciou setembro em tom negativo, refletindo a ausência da referência de Wall Street.
Na segunda-feira (1º), o contrato futuro mais líquido, para outubro deste ano (WINV25), recuou 0,36%, aos 143.630 pontos.
Já o dólar futuro subiu 0,20%, a R$ 5,4775. Sem a referência do mercado norte-americano por conta do feriado do Dia do Trabalho no país, o dólar ganhou força ante o real com os investidores em modo de espera.
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Expectativas pelo PIB brasileiro e cautela explicam movimento do mini-índice
No cenário doméstico, os investidores adotaram cautela diante da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, marcada para esta terça-feira (2). Economistas consultados pela Reuters projetam retração de 0,3% em relação ao trimestre anterior, após alta de 1,4% nos três primeiros meses do ano.
O resultado deve calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros. O Banco Central tem reforçado o discurso de manter a Selic em 15% ao ano por mais tempo, sustentando uma política monetária restritiva.
Além disso, começa nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no processo sobre tentativa de golpe de Estado. O inquérito gerou atritos diplomáticos com os Estados Unidos e foi usado pelo presidente norte-americano Donald Trump como justificativa para aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e impor sanções individuais a autoridades nacionais.
Commodities e câmbio
Entre os ativos mais negociados, que influenciam no mini-índice, a Vale (VALE3) recuou acompanhando o minério de ferro, que caiu 2,67% na bolsa de Dalian, a 766 yuans (US$ 107,41) por tonelada. Já a Petrobras (PETR3; PETR4) registrou leve alta, alinhada ao petróleo Brent, que avançou 1% e fechou a US$ 66,15 o barril em Londres.
A queda do minério de ferro ajuda a explicar também a desvalorização do real frente ao dólar.
No exterior, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) é e deve ser independente, mas afirmou que o BC norte-americano “cometeu muitos erros” e defendeu o direito de Trump de demitir a diretora do Fed Lisa Cook por alegações de fraude hipotecária.
“O Fed deve ser independente. O Fed é independente, mas eu também acho que eles cometeram muitos erros”, disse Bessent à Reuters em uma entrevista em Washington.
Trump vem pressionando o Banco Central, em ataques diretos ao presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, para que faça cortes agressivos nas taxas de juros.