Mini-índice (WINV25) tem leve queda e dólar futuro sobe nesta terça-feira

O Ibovespa futuro (WINV25) encerrou o pregão desta terça-feira (26) em queda, pressionado pela leitura do IPCA-15 acima das expectativas e pelo aumento das tensões políticas nos Estados Unidos.
O mini-índice recuou 0,30%, fechando aos 140.425,39 pontos. Já o dólar futuro (DOLC1) subiu 0,42%, a R$ 5,443.
Inflação no Brasil
No cenário doméstico, investidores repercutiram a divulgação do IPCA-15 de agosto, que registrou deflação de 0,14%.
Apesar do resultado negativo, o ritmo de queda foi menor do que o projetado pelo mercado, que estimava recuo de 0,21%, segundo levantamento do Broadcast. Ainda assim, trata-se da primeira deflação desde julho de 2023.
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O Itaú BBA avaliou que o indicador trouxe surpresas de alta em itens como energia elétrica residencial, cursos regulares, alimentação fora de casa e higiene pessoal. Para o banco, a prévia da inflação não altera o cenário-base, que projeta IPCA de 5,1% em 2025 e núcleos de serviços próximos a 7%.
Já a Warren Investimentos destacou que, mesmo com a deflação, os núcleos de serviços vieram mais fortes, o que “levanta um sinal de alerta”.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a questão central agora é como o mercado irá precificar a política monetária:
“Há uma percepção crescente de que a inflação está sob controle e de que o Banco Central poderia antecipar cortes na taxa de juros.”
Cenário externo pesa sobre mini-índice e dólar futuro
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam em alta, apoiados pela expectativa em torno do balanço da Nvidia (NVDA), que será divulgado após o fechamento dos mercados. As ações da fabricante de chips de inteligência artificial subiram mais de 1%.
O ambiente político nos EUA seguiu como fonte de volatilidade. O presidente Donald Trump intensificou sua pressão sobre o Federal Reserve (Fed) ao anunciar, na noite de segunda-feira (25), a demissão da diretora Lisa Cook, sob acusação de irregularidades em empréstimos hipotecários.
Cook, por sua vez, rebateu a decisão afirmando que o presidente não tem autorivdade para afastá-la e prometeu recorrer à Justiça para garantir sua permanência. Trump respondeu em seguida que está pronto para enfrentar uma disputa judicial.
O Federal Reserve também se manifestou, afirmando que respeitará qualquer decisão judicial.
O dólar, com isso, caiu no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,17%, aos 98.260 pontos.
A desvalorização das commodities pesou sobre as moedas emergentes, como o real, nesta terça-feira (26). Além disso, o dólar ganhou força com dados de inflação no Brasil e aumento da aversão a risco dos investidores internacionais.