Internacional

Ministro da Fazenda do Chile prevê anos de estabilidade no país

03 mar 2021, 14:07 - atualizado em 03 mar 2021, 14:07
Santiago Chile
O economista formado pela Universidade de Chicago busca tirar o Chile da pior recessão em quatro décadas em meio à persistente pandemia (Imagem: Pixabay)

A redação da nova Constituição do Chile abrirá espaço para várias outras décadas de regras sólidas, garantindo a paz social e o interesse dos investidores em uma das economias mais estáveis da América Latina, de acordo com o ministro da Fazenda do país.

Rodrigo Cerdá disse que a nova carta magna será positiva para o país depois da agitação social em 2019 devido ao crescente descontentamento com as leis implementadas sob a ditadura de Augusto Pinochet.

“Teremos regras estáveis pelos próximos 30 a 40 anos”, disse em entrevista à Bloomberg TV. “Isso é muito bom para nosso país, mas também para o investimento no Chile, que também será estável.”

O economista formado pela Universidade de Chicago busca tirar o Chile da pior recessão em quatro décadas em meio à persistente pandemia.

A tensão política continua alta, com as eleições presidenciais em novembro além da nova Constituição, que deve ser concluída até 2022. Parlamentares devem debater temas polêmicos, como propriedade privada, recursos naturais e serviços públicos.

Acima de 5%

Cerdá, que anteriormente atuou como diretor da estatal de cobre Codelco e chefe do escritório de orçamento do governo, assumiu o cargo no final de janeiro, dizendo que suas prioridades incluíam a recuperação de empregos e o crescimento econômico.

No entanto, a recuperação econômica do Chile desacelerou no início do ano, de acordo com dados do banco central divulgados na segunda-feira, pois o governo impôs restrições mais rígidas com o objetivo de conter a propagação do coronavírus.

Embora autoridades tenham afrouxado as regras de distanciamento social em algumas regiões em fevereiro, partes centrais de Santiago, a capital do país, foram novamente colocadas em quarentena rigorosa nos fins de semana no início de março.

O Chile começará a registrar números “mais interessantes” de crescimento econômico em março, disse Cerdá. O Ministério da Fazenda atualmente espera que o PIB cresça 5% neste ano, embora a expansão possa ser maior devido a fatores que incluem um cenário externo melhor.

“Pelo menos no curto prazo, a China está indo muito bem”, disse, em referência ao principal parceiro comercial do Chile. “Isso dará mais razões pelas quais o Chile começará a crescer mais rápido nos próximos meses, e essa é uma das razões pelas quais estaremos crescendo 5% ou mais neste ano.”

Cautela

Desde o início da pandemia, o governo do presidente Sebastián Piñera gastou bilhões de dólares em estímulos, como subsídios, empréstimos a juros baixos e programas de proteção de empregos. Na semana passada, o governo disse que estenderá a ajuda econômica até abril para ajudar famílias pobres a enfrentar a pandemia.

Cerdá disse que os gastos extras são na maior parte temporários e que qualquer decisão de cortar os estímulos dependeria da evolução do surto no país.

O que melhora as perspectivas do Chile é o programa de vacinação contra a Covid-19, o mais rápido da América Latina, e a alta dos preços do cobre, cujas exportações devem aumentar a receita fiscal, de acordo com Cerdá.

“Sabemos que os preços do cobre e das commodities são muito voláteis”, disse. “Precisamos esperar um pouco e ser cautelosos.”

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