Internacional

Ministros dos Brics buscam mostrar força do bloco em meio a questionamentos sobre mandado de prisão de Putin

01 jun 2023, 19:07 - atualizado em 01 jun 2023, 19:07
Brics
O TPI acusou Putin em março do crime de guerra de deportar crianças à força do território ocupado pela Rússia na Ucrânia (Imagem: Sputnik/Sergey Guneev/Pool via REUTERS)

Os ministros das Relações Exteriores do Brics reafirmaram nesta quinta-feira a ambição do bloco de rivalizar com as potências ocidentais, mas suas negociações na África do Sul foram ofuscadas por questionamentos sobre se o presidente da Rússia seria preso se participasse de uma cúpula em agosto.

A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, disse que seu país avalia opções caso Vladimir Putin, sujeito a um mandado de prisão por crimes de guerra emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), compareça à planejada cúpula do Brics em Joanesburgo.

Como membro do TPI, a África do Sul seria teoricamente obrigada a prender Putin, e Pandor foi bombardeada com perguntas sobre isso ao chegar para uma primeira rodada de negociações com representantes de Brasil, Rússia, Índia e China.

“A resposta é que o presidente (sul-africano Cyril Ramaphosa) indicará qual é a posição final da África do Sul. No momento, um convite foi feito a todos os chefes de Estado (do Brics)”, disse ela.

O TPI acusou Putin em março do crime de guerra de deportar crianças à força do território ocupado pela Rússia na Ucrânia. Moscou nega as acusações. A África do Sul havia convidado Putin em janeiro.

Putin não confirmou seus planos e o Kremlin disse apenas que a Rússia participaria no “nível adequado”.

Os ministros procuraram chamar a atenção para sua ambição de aumentar sua influência em um mundo multipolar.

Subrahmanyam Jaishankar, da Índia, falou da concentração do poder econômico que, segundo ele, “deixa muitas nações à mercê de poucas”, e da necessidade de reformar a tomada de decisões globais, inclusive pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

“Formas antigas não conseguem abordar novas situações. Somos um símbolo de mudança. Precisamos agir”, disse ele.

reuters@moneytimes.com.br