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Minorias em frigoríficos dos EUA são as mais afetadas por coronavírus

08 jul 2020, 13:44 - atualizado em 08 jul 2020, 13:44
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O número se compara aos 4,9 mil casos entre trabalhadores do setor e 20 mortes divulgados pelo CDC em relatório de abril (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os surtos de coronavírus em processadoras de carne nos Estados Unidos que infectaram milhares de trabalhadores e provocaram falta de carne bovina se agravaram – e trabalhadores de minorias têm sido os mais atingidos.

Mais de 16,2 mil trabalhadores de frigoríficos dos EUA haviam testado positivo para a Covid-19 até o fim de maio, com 86 mortes, segundo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças divulgado na terça-feira.

O número se compara aos 4,9 mil casos entre trabalhadores do setor e 20 mortes divulgados pelo CDC em relatório de abril.

Dos casos que revelaram raça e etnia, 87% correspondiam a trabalhadores de minorias. Funcionários que se identificaram como hispânicos respondiam por 56% das infecções, apesar de representarem menos de 30% da força de trabalho total.

Os dados, coletados em mais de 20 estados e centenas de instalações, revelam pela primeira vez o desproporcional impacto da pandemia em trabalhadores de minorias nas processadoras de carne, que se tornaram focos do vírus desde o início da pandemia no início deste ano.

Os surtos obrigaram várias unidades a fecharem temporariamente, levando à escassez de suprimentos em todos os EUA, até que o governo Trump emitiu uma ordem em abril para mantê-las abertas.

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Os dados, coletados em mais de 20 estados e centenas de instalações, revelam pela primeira vez o desproporcional impacto da pandemia em trabalhadores de minorias nas processadoras de carne (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Segundo o relatório do CDC, o contato próximo prolongado está entre os “fatores distintivos” que aumentaram o risco de infecções nas unidades de processamento de carne e aves nos EUA.

“Os efeitos da Covid-19 em grupos de minorias raciais e étnicas ainda não estão totalmente esclarecidos”, afirmou o CDC no relatório. “No entanto, os dados atuais indicam uma carga desproporcional da doença e mortes entre essas populações.”

Trabalhadores identificados como asiáticos representavam 12% dos casos informados com dados sobre raça e etnia, apesar de representarem 6% da força de trabalho em geral.

Funcionários negros respondiam por 19%. Trabalhadores brancos, que representavam 13% dos casos de vírus, correspondem a 39% do total de empregados.

Associações do setor, como o North American Meat Institute, não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre o relatório do CDC.

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