Mobly (MBLY3) recebe proposta de OPA de até 100% das ações por R$ 0,68

A Mobly (MBLY3) recebeu da Regain Participações e de Paul Jean Marie Dubrule o edital de oferta pública para aquisição (OPA) de até 100% das ações da empresa, com o preço de R$ 0,68 por ação, conforme comunicado divulgado ao mercado nesta terça-feira (15).
“O conselho de administração da companhia está avaliando os termos da OPA e seus impactos em conjunto com seus assessores e divulgará ao mercado, em até 15 dias desta data, parecer prévio fundamentado sobre a OPA”, afirmou a Mobly no documento.
A família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, está em um imbróglio com a Mobly, menos de um ano após a união das companhias. Em março, foi revelada a intenção da família de realizar uma OPA pela Mobly, proposta que foi considerada “inviável” pela diretoria e pelo conselho da companhia.
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Entre os desafios apontados pela família estão uma dívida superior a R$ 600 milhões e o fato de a Mobly não ter gerado lucro desde seu IPO em 2021. No último fechamento, em 14 de abril, as ações MBLY3 estavam cotadas a R$ 0,99, muito abaixo do preço do IPO, que foi de R$ 21 por ação.
Além disso, a família Dubrule anunciou a intenção de capitalizar a Mobly caso a OPA seja bem-sucedida. Os acionistas Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule se comprometeram a investir R$ 100 milhões na empresa, dependendo da liquidação da OPA.
A família também comprometeu-se a converter suas debêntures Tok&Stok (no valor atualizado de R$ 56,5 milhões) em ações da Mobly e a capitalizar o crédito de R$ 68,8 milhões que detêm contra a Tok&Stok.
A história Mobly e Tok&Stok
Em agosto de 2024, a Mobly anunciou acordo com a gestora SPX, controladora da Tok&Stok, para assumir o controle da companhia. A fusão criou um gigante no mercado de móveis e decoração, com receita anual estimada de R$ 1,6 bilhão. Contudo, o negócio não foi bem recebido pela família fundadora da Tok&Stok, que recorreu à Justiça para contestar a operação.
Régis Dubrule, fundador da Tok&Stok, criticou publicamente a combinação de negócios. “É o abraço de afogados, mas nós sabemos nadar. Estamos absolutamente convencidos de que conseguimos salvar a Tok&Stok sozinhos”, disse na época em entrevista ao Estadão/Broadcast.