Moedas

Moedas de mercados emergentes podem enfrentar maior volatilidade

28 maio 2020, 16:15 - atualizado em 28 maio 2020, 16:15
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O real tem o pior desempenho entre 143 moedas monitoradas pela Bloomberg neste ano (Imagem: Pixabay)

O custo das opções de proteção contra flutuações cambiais do G-7 mostra queda mais rápida do que um indicador para países menos desenvolvidos, sinal de que o apetite de investidores por risco está longe de se recuperar, mesmo com a menor preocupação com a pandemia.

O spread entre um índice que acompanha oscilações de moedas do G-7 e um indicador para países menos desenvolvidos agora é de 3,8%, o maior nível em dois anos, segundo o JPMorgan Chase.

“Os participantes do mercado estão cada vez mais confiantes de que as moedas de países desenvolvidos vão se estabilizar ou se valorizar mais rapidamente do que as moedas de mercados emergentes”, disse Brendan McKenna, estrategista de câmbio do Wells Fargo, em Nova York.

“Os mercados desenvolvidos são tipicamente mais bem posicionados para se recuperar após uma crise e, geralmente, não enfrentam os mesmos tipos de problemas que países de mercados emergentes podem enfrentar.”

Embora os dois indicadores mostrem menor volatilidade global em meio às expectativas de que o pior da crise do coronavírus possa ter passado, investidores confiaram mais rápido em uma recuperação no mundo desenvolvido.

Os ativos financeiros nos EUA, Reino Unido e Japão se recuperam em meio ao relaxamento das medidas de isolamento e reabertura das economias.

Está levando mais tempo no mundo em desenvolvimento, onde alguns países ainda são foco de novos surtos de vírus. É o caso do Brasil, onde as infecções aumentam.

O real tem o pior desempenho entre 143 moedas monitoradas pela Bloomberg neste ano, mesmo após reduzir as perdas nesta semana com a recuperação do apetite por risco.

Na Rússia, que registra o terceiro maior número de casos confirmados depois do Brasil e EUA, o rublo é a moeda emergente europeia com pior desempenho neste ano. Mais de 150 mil pessoas testaram positivo na Índia, onde a rupia mostra queda de 5,7% desde janeiro.

“A volatilidade implícita é como um seguro”, disse Bipan Rai, chefe de estratégia de câmbio do Canadian Imperial Bank of Commerce, em Toronto. “Se o mercado estiver preocupado com a proliferação do vírus em mercados emergentes, exigirá mais seguro e a volatilidade implícita aumentará.”

bloomberg@moneytimes.com.br