Montanhas e ruínas incas: o palco de Palmeiras x Flamengo na final da Copa Libertadores 2025
O caminho em busca da glória eterna afunilou, e a grande decisão está perto: neste sábado (29), Palmeiras x Flamengo disputam a final da Copa Libertadores 2025. Mais do que palco do primeiro tetracampeão brasileiro, o Estádio Monumental U, no Peru, chama atenção por ser o segundo maior da América do Sul e por oferecer um cenário único, emoldurado por montanhas que remetem à herança do império inca.

A vista privilegiada do Monumental U
Localizado em Lima, capital peruana, o Monumental U impressiona pela arquitetura imponente e pela integração com o entorno montanhoso. Ao fundo, o estádio tem uma vista rara no futebol mundial: a Cordilheira dos Andes.
O trecho visível faz parte das Ruínas de Puruchuco, um sítio arqueológico localizado no distrito de Âte. Construído originalmente pela cultura Ichma entre os anos 900 e 1450 d.C., o local ganhou importância ainda maior com a expansão do império inca, por volta de 1450, quando passou a funcionar como um centro administrativo regional.
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Puruchuco é dividido em quatro setores:
- Setor A, destinado a atividades públicas;
- Setor B, residência do governante local;
- Setor C, dedicado a cerimônias religiosas;
- Setor D, usado para preparação e armazenamento de alimentos agrícolas.
O sítio também abriga um extenso cemitério inca, marcado pelos chamados “pacotes de múmias” — casulos de tecido que podiam envolver até sete indivíduos.
O segundo maior estádio da América do Sul
A beleza do entorno não é o único destaque. O Monumental U já foi o maior estádio da América do Sul, com cerca de 60 mil assentos nas arquibancadas e outros 20 mil nos camarotes, totalizando 80.093 lugares.
Mas o título mudou de dono em 2023. Após a reforma do Monumental de Nuñez, do River Plate, na Argentina, a capacidade argentina foi ampliada para 83.196 torcedores, assumindo a liderança.
O Maracanã aparece em seguida entre os maiores da região, com capacidade para 78.838 pessoas.

O patrono da casa
Quem observa o Monumental U vazio — algo que não deve ocorrer neste sábado — nota um rosto estampado em preto e branco nas arquibancadas. É a imagem de Teodoro “Lolo” Fernández, um dos maiores jogadores da história peruana.
Nascido em 1913, o atacante dedicou toda a carreira ao Universitário de Lima, clube que defendeu por 23 anos, entre 1930 e 1953. Recusou propostas do exterior e acumulou seis títulos do Campeonato Peruano, além de sete artilharias — marca que o mantém como maior goleador da história do clube.
Na seleção peruana, Lolo também deixou sua marca. Nos Jogos Olímpicos de 1936, fez cinco gols em duas partidas. Em 1939, liderou o Peru ao título do Campeonato Sul-Americano (hoje Copa América), com sete gols, desempenho que ainda o coloca entre os três maiores artilheiros da história da competição.
Além do rosto estampado nas arquibancadas, uma estátua dourada do ídolo recepciona os torcedores na entrada do estádio.

Entre montanhas, ruínas e história, o Monumental U será o palco da batalha que definirá o maior vencedor brasileiro da Libertadores. Flamengo e Palmeiras, ambos tricampeões, entram em campo em busca da tão falada glória eterna.
A bola rola neste sábado (29), às 18h (de Brasília).