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Motiva (MOTV3) quer foco no básico e crescimento “rentável e seletivo”

25 set 2025, 11:27 - atualizado em 25 set 2025, 11:27
motiva
(Imagem: WikiaMedia Commons)

A Motiva (MOTV3), antigo grupo CCR, realiza, na manhã desta quinta-feira (25), seu Investor. E a mensagem principal da companhia é, agora, “voltar ao básico”, ou back to basics, de olho em maior rentabilidade e com maior seletividade em seus investimentos.

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O presidente-executivo da companhia, Miguel Setas, disse que a empresa antecipou do final de 2026 para este ano a meta de eficiência do grupo, que tem pelos próximos anos obrigações de investimentos de R$55 bilhões em suas concessões. 

A ideia é alcançar um índice de eficiência, medido pela relação entre caixa opex e receita líquida, de 38% em 2025. Anteriormente, essa meta era somente para 2026. A companhia ainda vai buscar uma melhoria do indicador para menos de 30% até 2030 e para menos de 28% em 2035 — antes, o objetivo para esse mesmo ano era de 35%.

De olho na eficiência, a companhia prometeu ampliar seus investimentos em tecnologia, para R$ 1 bilhão até 2035 e focar em projetos de maior rentabilidade.

Na frente da tecnologia, a antiga CCR pretende digitalizar suas operações. O esperado é ganhar rentabilidade com AI generativa, análise de big data, internet das coisas, robotização e automação. Da projeção de ganho de 7 pontos percentuais de rentabilidade, segundo Setas, entre dois e três devem vir da implementação de tecnologia.

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Além disso, a companhia espera adotar tecnologias que auxiliem nos seus ganhos também do lado mais “operacional”. Entre as ideias nesta frente estão, por exemplo, o investimento em tecnologias como robôs para limpeza de estações de metrô e corte de mato em rodovias, bem como instalações de sensores em estradas e linhas férreas.

O restante do ganho de eficiência virá de iniciativas mais tradicionais, como negociação com fornecedores e redução do número de funcionários — a companhia, nos últimos dois anos, já cortou o total de empregados em 10%, para 16 mil.

Motiva vai filtrar investimentos e limpar de portfólio

O CEO ainda disse que a Motiva vai se concentrar paulatinamente em transporte de passageiros por rodovias e trilhos nos principais centros urbanos do Brasil até 2035 e que também está de olho nesses tipos de ativos que estejam nas principais áreas do agronegócio nacional.

“Grandes metrópoles, grandes eixos logísticos e o mercado agro. A história mostra que nestas três dimensões você tem crescimento muito, muito construtivo no Brasil”, disse Setas. “Nós estamos nessas regiões (notadamente Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e sabemos que são regiões que são muito, muito favoráveis do ponto de vista do crescimento”, acrescentou o executivo.

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Setas lembrou os alvos mais recentes da Motiva no ciclo brasileiro de leilões de infraestrutura – Rota Sorocabana, em São Paulo; lote 3 das rodovias do Paraná; e a BR-163, no Mato Grosso do Sul e que já era operada pela empresa – como referência do foco no que considera ativos “premium” para próximos leilões.

Além disso, o foco nas regiões também é explicado pelo ganho operacional pelo lado do conhecimento das regiões e da proximidade das operações.

Foco em regiões conhecidas

“Projetos que possam ter sinergias com o que temos, mais do que prestar novas atenções em novas geografias para evitarmos distrações”, comentou, como o leilão previsto para este ano do Trem Intercidades Sorocaba, em São Paulo, que deve ser integrado à linha 8 já operada pela Motiva na região metropolitana. 

Outro projeto que ilustra a estratégia renovada da empresa foi a extensão da linha 4 do metrô de São Paulo, que foi aprovada via antecipação da renovação da concessão nesta semana.

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Segundo Setas, a companhia também mantém o objetivo de entregar um crescimento composto anual de um dígito alto — algo entre 8% e 9% — no resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado até 2035. Além disso, a política de pagamento de dividendos equivalentes a 50% do lucro líquido ajustado também será mantida nos próximos anos.

Por fim, a Motiva segue negociando a venda dos ativos na área de aeroportos, de olho em simplificar seu portfólio, disse Setas. Mas uma venda, que vem sendo aguardada há meses pelo mercado e considerada por bancos como um dos maiores negócios do setor no mundo, ainda não ocorreu.

A expectativa da empresa em julho era de que um negócio poderia ocorrer entre o final deste ano e início de 2026. Setas disse na entrevista que a “expectativa é a mesma, talvez até melhor do que aquilo que havia há um tempo atrás”, e reafirmou, sem dar detalhes, que há múltiplos interessados no portfólio de 20 aeroportos espalhados por Brasil e América Latina.

(Com Reuters)

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