MRV&Co (MRVE3) salta mais de 10% apesar de prejuízo; analistas destacam força da incorporação no Brasil

As ações da MRV&Co (MRVE3) disparam 10,63% na máxima do dia nesta quarta-feira (13), após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25).
Apesar do prejuízo consolidado pressionado pela subsidiária norte-americana Resia, analistas destacaram o forte desempenho da operação de incorporação no Brasil como principal gatilho para a alta.
Os papéis subiam 7,86%, a R$ 7, por volta das 14h (horário de Brasília).
No trimestre, a incorporação — que engloba as marcas MRV e Sensia — registrou lucro líquido ajustado de R$ 125,5 milhões, avanço de 64,9% na base anual. A receita líquida cresceu 20,8%, para R$ 2,5 bilhões, com margem bruta de 30,2%, frente aos 26% do mesmo período de 2024.
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Para a XP Investimentos, os números foram mistos, mas com um ponto positivo claro: a operação brasileira superou expectativas.
O avanço da receita, a melhora dos indicadores operacionais e a recuperação consistente das margens, mesmo sem efeitos não recorrentes, levaram a um lucro acima do esperado no Brasil.
Na avaliação da corretora, o mercado entrou no balanço com expectativas “desancoradas”.
O Santander também preferiu olhar para o lado doméstico. O banco ressaltou que a margem bruta da incorporação subiu para 30,2%, com receita ligeiramente acima de suas projeções.
O Ebitda ajustado no Brasil veio 6,9% acima do previsto, compensando a performance mais fraca da Luggo.
Para a instituição, a continuidade da recuperação das margens e da geração de caixa será determinante para sustentar o bom momento das ações.
Já o BTG Pactual destacou que o principal dado do trimestre foi a margem bruta ajustada no Brasil, que atingiu 33,7%, beneficiada por reversões de provisões e ajustes de valor presente.
O banco acredita que o prejuízo bilionário da Resia concentrou todas as perdas previstas para projetos a serem entregues até 2026, o que deve reduzir seu impacto nos próximos trimestres.
Apesar de alertar para a alavancagem elevada e para uma estrutura de negócios mais complexa, o BTG vê a ação barata — negociada a 0,9 vez o valor patrimonial tangível — e com potencial de valorização, apoiada pelo cenário positivo do Minha Casa, Minha Vida.