Empresas

MRV (MRVE3): Ação é negociada a um valor ‘ridículo’, diz Rafael Menin

17 abr 2025, 11:07 - atualizado em 17 abr 2025, 13:53
Rafael Menin, CEO da MRV (MRVE3)
“Esse é um valor ridículo que estamos sendo negociados hoje", diz Rafael Menin, CEO da MRV (Imagem: Divulgação MRV)

A MRV (MRVE3) vive um dos seus piores momentos na bolsa desde, pelo menos, 2008, quando chegou a R$ 3. Negociada no patamar de R$ 5, a ação acumula queda de 22% nos últimos 12 meses e um recuo de mais de 70% desde a máxima histórica, em 2019. O tombo, porém, é injustificado, na visão de executivos.



“Esse é um valor ridículo que estamos sendo negociados hoje. Todos os 80 sócios têm a convicção absoluta que esse papel, daqui a alguns anos, vai estar no patamar, muitas vezes superior ao atual.”, disse Rafael Menin, CEO da MRV, durante o MRV Day, nesta terça-feira (16), em São Paulo.

Na bolsa há 18 anos, a MRV tornou-se a maior construtora residencial da América Latina, com foco em habitação popular e teve papel central no programa Minha Casa, Minha Vida.

Ao longo dos anos, a companhia já passou por diversos ciclos com entradas e saídas de diversas marcas do portfólio, Log — que hoje tem capital aberto na bolsa –, Urba, Luggo e Resia.

Nesse tempo, a ação já chegou ao seu preço máximo histórico, em 2019, quando passou a valer aproximadamente R$ 22.

A derrocada no preço do papel veio em meio a diversos problemas, desde a pandemia com projetos que não acabaram se saindo bem, além de uma alta acelerada da taxa de juros e trimestres seguidos de prejuízos com a subsidiária americana Resia. Essa última, uma preocupação eminente dos analistas de mercado.

Um grande medidor de sucesso para os investidores, os dividendos, também foram escassos nos últimos anos. Para se ter uma ideia, 2022 foi o último ano o qual a companhia pagou proventos aos seus acionistas.

Durante o evento, a empresa revelou seus planos para buscar melhora nos resultados e atingir o guidance projetado por eles. As mudanças incluem desde venda de terrenos da MRV Incorporadora, que estão parados no estoque, à venda de empreendimentos e reestruturação da Resia.

Apesar de não darem projeções de vendas, esperam um leve crescimento sobre 2024, que foi de R$ 10 bilhões, impulsionado pela venda de estoques e foco em regiões metropolitanas.

Os executivos expressaram forte convicção no potencial de valorização das ações, atualmente consideradas subvalorizadas, com o alinhamento de interesses dos sócios e a expectativa de resultados futuros robustos como principais catalisadores.

Apesar de reconhecerem desafios recentes, a MRV aposta em 2025 para retomar o crescimento e entregar valor aos acionistas.

Sobre a possibilidade de pagar dividendos e/ou uma recompra de ações para gerar mais valor aos acionistas, Menin disse, em conversa com jornalistas após a apresentação, que o foco primeiro é diminuir a alavancagem da companhia.

“A gente está favorecendo a geração de caixa e desalavancagem… nesse ciclo 2025/26”, avaliou.

O que acham os analistas?

Dentre as 13 maiores instituições, seis delas têm recomendação de “compra” para a MRV e outras sete estão “neutras” à ação. Os preços-alvo variam de R$ 6 a R$ 17.

Das casas que possuem uma visão positiva para a ação, o Santander avalia que as projeções apresentadas pela MRV destacam o compromisso de transformar a MRV em uma “galinha dos ovos de ouro”, com margens e geração de caixa aprimoradas, além de transformar a Resia em uma plataforma mais leve e rentável.

Os analistas, por mais otimistas, mantêm suas preferências pela Direcional e pela Cury entre as construtoras de baixa renda e destacam que a preocupação associada à Resia no curto prazo continuam a pesar sobre as ações.

  • VEJA MAIS: Os principais BDRs para investir agora – grandes bancos e corretoras selecionaram as ações internacionais favoritas para internacionalizar a carteira; veja de graça

O BTG Pactual, por sua vez, destacou as novas condições do programa habitacional do governo, o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) como um impulso para as operações da companhia.

“Os estoques elegíveis para a “Faixa 1” crescerão 5x para R$ 3 bilhões, enquanto as unidades elegíveis para a “Faixa 2” crescerão 65% para R$ 3,5 bilhões, o que significa vendas mais fortes. A MRV também mudará seu foco do nicho de renda média para a nova “Faixa 4”, e os programas regionais estão ganhando relevância nas vendas”, destacam os analistas que assinam o relatório.

INSTITUIÇÃO PREÇO-ALVO RECOMENDAÇÃO
BB Banco de Investimento S.A. R$14,00 Comprar
BofA Global Research R$12,00 Comprar
Bradesco BBI R$11,00 Comprar
BTG Pactual R$17,00 Comprar
Citi R$6,40 Neutro
Itaú BBA R$10,00 Neutro
JP Morgan R$6,00 Neutro
Goldman Sachs R$6,00 Neutro
Morgan Stanley R$8,00 Neutro
Safra R$7,90 Neutro
Santander R$10,00 Comprar
UBS R$7,00 Neutro
XP R$10,50 Comprar

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar