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MRV (MRVE3) lança mais no 4T22, mas queima de caixa triplica

18 jan 2023, 18:50 - atualizado em 18 jan 2023, 18:50
MRV
Vendas e lançamentos da MRV caíram na comparação anual, mas mostraram recuperação ante o terceiro trimestre (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

MRV (MRVE3) registrou vendas líquidas totais de R$ 2,06 bilhões no quarto trimestre de 2022, o que representa queda de 14,2% na comparação com o mesmo período de 2021. Entretanto, em relação ao terceiro trimestre, o indicador subiu 40,8%.

A prévia operacional divulgada na noite desta quarta-feira (18) considera as vendas da MRVSensiaUrbaLuggo e da subsidiária norte-americana Resia (ex-AHS).

Ainda segundo prévia, ao fim do trimestre, a MRV&Co queimou R$ 539,5 milhões de seu caixa, aumentando em mais de três vezes o valor gasto um ano antes, de R$ 150,6 milhões. Ante o terceiro trimestre, porém, a queima de caixa foi 55,8% menor.

Estratégia de aumento de preços

A companhia reforça que, no trimestre, manteve a estratégia de aumento de preços dos imóveis, em busca de recomposição da margem bruta de vendas.

“Viemos trimestre a trimestre elevando preços e seguimos com esse foco no quarto trimestre. Agora, não estamos mais no momento de subir preço com tanta intensidade, apesar de ainda termos margem de vendas para recuperar”, comenta o gestor executivo de relações com investidores da MRV&Co, Augusto Pinto de Moura Andrade.

O preço médio de venda dos produtos da MRV subiram 12,4% de outubro a dezembro ante um ano antes, enquanto na comparação com o terceiro trimestre, a alta foi de 33,2%, para R$ 266 mil.

Lançamentos da MRV quase dobram

O gestor de RI da companhia destaca que a estratégia de “segurar lançamentos” ao longo do ano resultou em um valor geral de vendas (VGV) 7,3% acima do reportado no quarto trimestre de 2021 e um salto de 92,8% ante o trimestre anterior, somando R$ 3,48 bilhões.

“No trimestre, focamos também em recuperar volume de vendas e o primeiro passo foi lançar mais. O que seguramos ao longo do ano, lançamos no quarto trimestre”, diz.

No período, foram lançadas 14 mil unidades, praticamente o dobro do registrado no terceiro trimestre. O preço médio de venda por unidade lançada foi de R$ 247 mil, considerando todas as subsidiárias da companhia.

Segundo o executivo, as mudanças nas condições do programa Casa Verde e Amarela (CVA) no meio do ano  passado ajudaram a construtora e incorporadora a segurar os novos projetos, como também na elevação de preços, em meio à “análise do mercado”..

Subsidiária da MRV nos EUA tem números melhores

A Resia, subsidiária da MRV nos Estados Unidos, foi foco de investidores e analistas no terceiro trimestre após queimar quase R$ 1 bilhão de caixa em meio à dívidas com projetos e sem lançamentos no período. Porém, no quarto trimestre, a empresa conseguiu lançar um empreendimento na Flórida com 269 unidades e VGV de R$ 421 milhões.

A subsidiária vendeu outro empreendimento, também na Flórida, somando vendas líquidas de R$ 551 milhões, representando margem bruta de 24%. A queima de caixa de outubro a dezembro foi de R$ 132,6 milhões.

Acumulado do ano

No acumulado de 2022, as vendas líquidas da MRV&Co caíram 2,8% ante o ano anterior, atingindo R$ 7,87 bilhões. Já os lançamentos somaram R$ 9,14 bilhões, queda de 3,1% em relação a 2021. No ano, a companhia lançou mais de 36 mil unidades, número 19,2% abaixo do lançado no ano anterior.

O preço médio por unidade vendida no acumulado do ano ficou em  R$ 236 mil, alta de 13,1% ante 2021, enquanto foi de R$ 253 mil para lançamentos, 20% acima do ano anterior.

Em relação ao caixa, de janeiro a dezembro, a MRV&Co queimou quatro vezes mais no comparativo com 2021, somando R$ 2,23 bilhões.

Com o esboço de como a companhia fechará o ano, Moura Andrade reforçou que a remuneração aos acionistas seguirá no “valor mínimo”. “Até a gente fechar esse ciclo de recuperação, os dividendos serão mínimos”, acrescenta.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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