MRV&Co (MRVE3) revisa projeções e diz que geração de caixa ficará abaixo do esperado em 2025
A MRV&Co (MRVE3), conglomerado que reúne as marcas MRV, Resia, Urba e Luggo, informou, por meio de fato relevante, que suas projeções (guidance) de geração de caixa para 2025 não serão alcançadas.
Segundo o grupo, o resultado do ano foi impactado por um descasamento de cerca de 5,2 mil unidades entre produção e repasse, o que afetou a entrada de recursos ao longo dos meses.
Em relação à projeção de lucro líquido da MRV Incorporação, a companhia disse que, caso os gargalos dos cheques regionais sejam integralmente resolvidos e a dinâmica de repasses até o fim do ano se mantenha no ritmo atual, a empresa poderá alcançar o piso do guidance de lucro.
Divulgada em fevereiro, a projeção indicava geração de caixa consolidada de R$ 2,1 bilhões em 2025 para o grupo, com a incorporação respondendo por R$ 500 milhões a R$ 700 milhões e lucro líquido entre R$ 650 milhões e R$ 700 milhões.
A empresa também anunciou ajustes na metodologia de cálculo do lucro líquido da operação de incorporação, com o objetivo de refletir melhor o desempenho operacional.
A partir de agora, a MRV passará a excluir efeitos contábeis e financeiros como marcação a mercado de dívidas e swaps, despesas financeiras antecipadas por cessão e estornos de provisões.
Lucro de R$ 111,1 milhões
Na véspera (12), a MRV&Co reportou lucro líquido ajustado e consolidado de R$ 111,1 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 6,5 vezes frente aos R$ 17,3 milhões registrados no mesmo período de 2024.
A melhora no balanço do grupo foi puxada justamente pela MRV, principal divisão de negócios, que mostrou avanço no faturamento, margem e resultado líquido, embalada pelo momento favorável dentro do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
A incorporação teve lucro líquido ajustado de R$ 204 milhões, alta de 168% na mesma base de comparação anual.
Já Resia, subsidiária que atua nos Estados Unidos na construção e locação de prédios residenciais, teve prejuízo de US$ 19,3 milhões (R$ 105 milhões, o dobro na comparação anual).
Entre os demais negócios, a loteadora Urba contribuiu com lucro líquido de R$ 19 milhões, enquanto a Luggo, de locação residencial, teve prejuízo de R$ 6,8 milhões.