Mercados

Mudança de foco pode fazer Meta (META) ter maior alta em uma década; ações disparam 20% em NY

02 fev 2023, 12:47 - atualizado em 02 fev 2023, 19:22
Meta
Ações da Meta sobem 20% após promessas de mais eficiência corporativa (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann/File Photo/File Photo)

As ações da Meta (META;META34), controladora do Facebook, decolam 20% em Nova York.

A empresa reportou ontem os resultados corporativos relacionados ao quarto trimestre de 2022 e, muito mais do que conjunto dos números divulgados, foi a expressiva mudança na postura do CEO da empresa Mark Zuckerberg que pode ter dado um empurrão para o papel no pregão de hoje.

Nas palavras do analista da Empiricus Research Richard Camargo, “o Mark gastão, disposto a queimar todo o caixa da companhia para construir seu metaverso o mais rápido possível, deu lugar a um Zuck comedido, preocupado com a ineficiência operacional da companhia”. 

Olhando para o futuro, a Meta anunciou que irá reduzi a sua previsão de gastos para 2023 e aumentará seu plano de recompra de ações em US$ 40 bilhões de dólares. Nessa toada, a empresa pode ver seu valor de mercado aumentar em cerca de 75 bilhões de dólares e a ação registrar sua maior alta em um dia em uma década.

Desde o início de janeiro, as ações da Meta subiram já subiram mais de 70%.

Reels finalmente na briga com TikTok

Sinais animadores também puderam ser coletados da adição de 3,74 bilhões de usuários ativos mensais na divisão “Família de Aplicativos”, que consolida as operações de Instagram, Facebook e Whatsapp; o aumento é de 4% em relação ao mesmo número de 2021.

O número de usuários ativos diariamente foi de 2,96 bilhão, 5% superior na comparação anual. 

Na opinião de Richard Camargo, ambos os números de usuários mostraram uma tendência positiva, mas o detalhe mais importante, “foram os dados de o quanto o Reels tem crescido e se tornado um competidor a altura do TikTok.”

Na teleconferência, Mark comentou que mais de 40% dos anunciantes da Meta já estão utilizando o Reels. A quantidade de usuários e de impressões de usuários utilizando o Facebook e o Instagram para consumir conteúdos do Reels mais do que dobraram na comparação anual.

Esses dados são uma sinalização importante para o mercado de que, mais uma vez em sua história, a Meta está sobrevivendo ao risco de disrupção.

A quantidade de impressões (anúncios) entre as plataformas cresceu 22%, porém o preço médio por anúncio diminuiu 23% na comparação com 4T21.

Meta(verso) fica para depois

A divisão “reality labs”, que compila as iniciativas da companhia relacionadas ao metaverso, somou US$ 727 milhões em receitas, uma queda de 17% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 4,2 bilhões.

Esse prejuízo foi 27% maior que no mesmo trimestre do ano passado.

Os números negativos do setor de tecnologias imersivas, cuja demanda multibilionária em investimentos já se tornou alvo de acionistas importantes da empresa, continua a sofrer com a falta de clareza sobre a sua finalidade comercial. O ambiente macroeconômico negativo também não ajuda.

Na análise de Richard Camargo, “o segmento está sabidamente muito mais preocupado em cortar custos atualmente, do que em investir em inovação.”

Bom humor contagia outras big techs

O bom humor com a mudança de foco da Meta contagiou ações de empresas de tecnologia.

A Apple (AAPL), que divulga seus resultados hoje, e a Tesla (TSLA) sobem, respectivamente, 2,18% e 4,11%.

As empresas também pegam carona no comunicado do Federal Reserve, que ontem anunciou um aumento mais modesto de 0,25 (pp.) da taxa de juros.

Ineditamente, a autoridade monetária reconheceu que a economia americana pode ter chegado, enfim, a um estágio deflacionário, abrindo margem para uma melhora nas condições monetárias daqui em diante.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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