Mudança no Fed pode enfraquecer o dólar e alavancar emergentes, segundo estrategista; veja o mexe com o mercado
O Ibovespa (IBOV) começou a semana avançando, em linha com o bom humor dos mercados globais. Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a projeção consolidada de um novo corte de juros nos Estados Unidos é um fator fundamental.
No Giro do Mercado, apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista afirmou que o clima favorável reflete a melhora no cenário geopolítico e a expectativa em torno da decisão do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira (30).
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“Talvez a próxima decisão de juros do Fed, lá em dezembro, ainda chame atenção, mas eu diria que essa é a última grande semana do ano para o mercado financeiro se concentrar”, disse o estrategista.
A expectativa do mercado é de um corte de 0,25 pontos percentuais (p.p), mas Cruz não descarta uma mudança de tom no comunicado da autoridade monetária. Uma mudança de discurso rumo a uma postura mais cautelosa poderia trazer algum pessimismo para os investidores.
Além da decisão em relação à taxa de juros nos EUA, o estrategista também comentou sobre a escolha do sucessor de Jerome Powell na presidência do Fed. Para ele, o indicado por Donald Trump deve ter um discurso mais próximo do presidente norte-americano.
“O próximo presidente do Fed deve defender as posições do Trump, de um corte de juros mais rápido, de que o Fed tem que desregular a questão do mercado financeiro, que tem que favorecer o setor de fusão e aquisição dos EUA como um todo”, afirmou.
Segundo o estrategista, a nova postura poderia levar o mercado global a movimento que tende a favorecer moedas emergentes, inclusive o real.
“O dólar vai perder força não só contra o real, mas contra a maior parte das moedas, se esse for o equilíbrio proposto pelo novo presidente do Banco Central americano”, disse.
Fiscal: governo tenta reorganizar pauta
No campo doméstico, Gustavo Cruz avaliou as tentativas do governo brasileiro de reorganizar a pauta fiscal após a queda da MP 1303. Ele observou que o fatiamento das medidas pode facilitar a aprovação no Congresso.
Para ele, o desafio fiscal segue delicado. “Vemos muitas medidas de arrecadação e poucas de corte de gastos. Não está fácil para o governo convencer o mercado de que vai pagar as dívidas — o mercado vai exigir mais juros e mais compromisso”, afirmou.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais de ações e commodities, além de outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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