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Mudanças no vale-refeição e aumento das marmitas colocam setor de restaurantes em maus lençóis; entenda

03 ago 2022, 17:33 - atualizado em 03 ago 2022, 17:33
Restaurante
65% dos trabalhadores costumam levar marmita. (Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (3), a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que promove mudanças no auxílio-alimentação oferecido aos trabalhadores.

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De acordo com o que foi aprovado em plenário, o vale-refeição poderá virar crédito em dinheiro e ser sacado pelos funcionários caso não seja utilizado em 60 dias. A proposta inicial falava em realizar o pagamento do benefício em dinheiro, mas isso foi retirado do texto

Além disso, está sendo discutida a portabilidade do benefício. Ou seja, o trabalhador poderá alterar a empresa pela qual recebe o vale-refeição – assim como acontece com as contas salário. O texto agora segue para análise no Senado.

Embora a MP traga mais flexibilidade para os trabalhadores, o setor de bares e restaurantes está preocupado com as mudanças.

O problema é que, hoje, o trabalhador só consegue usar o dinheiro em bares e restaurantes – em alguns casos, também em supermercados – e a liberação do benefício em dinheiro permite que a pessoa gaste o valor com outras coisas, comprometendo o faturamento do setor.

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“Isso desvirtua a função primordial do auxílio, que é garantir a alimentação do trabalhador, já essa modalidade de recebimento permite que o valor seja gasto em outras frentes, como pagamento de dívidas e de contas em geral”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Paulo também aponta que a portabilidade pode gerar mais encargos para os estabelecimentos.

“Certamente serão usados incentivos como cashback para convencer o trabalhador a migrar, que acabam virando um custo a mais para os bares e restaurantes, pois serão repassados junto com as taxas”, completa.

Era das marmitas

Além das mudanças propostas, o setor de alimentação também está vendo um aumento de trabalhadores que levam marmita para o trabalho como uma forma de economizar.

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Um levantamento realizado pela Sodexo Benefícios e Incentivos mostra que 65% das pessoas costumam se alimentar na base da marmita – 22,82% afirmam que passaram a levar comida de casa após a alta dos preços.

Acontece que o auxílio-alimentação não acompanha as oscilações da inflação; normalmente, ele é negociado nos acordos sindicais que acontecem uma vez por ano. Os restaurantes, por outro lado, têm mais liberdade para repassar os custos de acordo com a alta dos alimentos e energia.

Nisso, o vale-refeição fica guardado para as refeições no final de semana, tanto que 51,72% dos trabalhadores levam marmita todos os dias e outros 28% optam por levar em até três dias da semana. Já os benefícios que podem ser gastos no supermercado, entram para o orçamento familiar.

Enfraquecidos pela pandemia

Vale destacar que o segmento de bares e restaurantes estão entre os setores que mais sofreram com a pandemia, especialmente os que se localizavam em regiões que concentram muitas empresas e viram os clientes irem todos trabalhar de home office.

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Entre março de 2020 e abril de 2021, mais de 300 mil bares, restaurantes e lanchonetes fecharam as portas de vez, segundo dados da Abrasel. Além disso, 1 milhões de empregos formais foram fechados no setor.

Entre os 200 mil restaurantes self-service, o famoso “por quilo”, espalhados pelo país, 80 mil negócios deixaram de existir.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.