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Mulheres no topo: Para executiva da Nestlé, ter coragem é a chave para uma carreira de sucesso

07 mar 2022, 17:17 - atualizado em 07 mar 2022, 17:17
Helen Andrade - Nestlé
Helen Andrade, gerente executiva de Diversidade & Inclusão da Nestlé no Brasil, dá dicas profissionais visando o Dia Internacional das Mulheres (Imagem: Divulgação/Tibiko Zerolux)

O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, é uma data que deve ir além das flores e chocolates.

Sua comemoração anual é pautada na celebração das conquistas das mulheres ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de gênero ainda presentes na sociedade. 

Segundo a ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, elas são Chefas de Estado ou de Governo em 22 países e apenas 24,9% dos parlamentares nacionais são mulheres.  

No atual ritmo de progresso, a igualdade de gênero entre Chefes de Governo levará mais 130 anos. 

Buscando diminuir esse tempo, executivas das maiores empresas do país e do mundo seguem atentas a essas problemáticas.  

Uma dessas mulheres é Helen Andrade, diretora do Movimento pela Equidade Racial (Mover), e executiva com mais de 17 anos de experiência. Atualmente, Andrade é gerente executiva de Diversidade & Inclusão da Nestlé no Brasil.  

Na Nestlé ela está à frente de um centro de competência em gestão de pessoas dedicado exclusivamente a alavancar a diversidade de pensamento e impulsionar a criatividade e a inovação.  

Além disso, é diretora do Mover, que tem o propósito de promover ações de diversidade, equidade e inclusão que contribuam para reduzir a desigualdade e combater o racismo estrutural no mercado de trabalho no Brasil. 

Com base em sua experiência, Helen dá dicas para quem quer impulsionar sua carreira e se preparar para um mundo mais inclusivo. E, mais do que isso, ela reflete sobre sonhos profissionais, sucesso, inclusão e — claro —, o Dia Internacional da Mulher.

Mulheres
O Dia Internacional das Mulheres é celebrado anualmente no dia oito de março (Imagem: Simon Maage/Unsplash)

Mulheres no topo não significa renegar sonhos 

Para Helen, sucesso se resume à felicidade.

Isso, segundo ela, vale tanto para a vida profissional quanto para a pessoal. Ela defende que o cargo que uma pessoa ocupa não é determinante para a sua felicidade — ou, como ela diz, “pelo menos não deveria ser”. 

“Eu sempre quis ter tudo e eu acredito que tudo é possível”, diz Helen, que acredita que seu sucesso está estabelecido em ter alcançado seus objetivos de ter uma carreira corporativa e se casar e ter filhos. 

Ela considera ultrapassado pensar que, como mulher, é necessário, atualmente, escolher entre uma carreira ou construir uma família.

“Eu de verdade acredito que a gente tem a condição, a capacidade de estar de verdade onde a gente quiser estar e conquistar tudo que a gente quiser conquistar, tanto no pessoal quanto no profissional. A gente não tem mais que fazer escolhas. A gente pode escolher o ‘e’ e não o ‘ou’”, afirma a executiva. 

Dia das mulheres é todo dia 

Para Andrade, temas levantados no 8 de março, como igualdade de gênero, são assuntos que precisam ser abordados todos os dias.

“A gente precisa falar o ano todo e precisa agir o ano todo, para que a gente tenha um ambiente mais igualitário em oportunidades para todas as pessoas”, ressalta a executiva da Nestlé. 

A gerente executiva de Diversidade & Inclusão ressalta essa importância de falar e agir o ano todo, pois a data serve para fomentar o debate. “Não é só pensar no avanço, mas também no reprocesso”, afirma ela.  

Outras questões, como violência contra a mulher, feminicídio e educação, são fundamentais para serem debatidas no dia 8 de março.

“A gente precisa realmente de ações na sociedade que preservem a vida das mulheres e é óbvio que são em todos os segmentos. Queremos que essas mulheres tenham a oportunidade de educação, de segurança e de trabalho”, conclui Andrade.

Coragem
A executiva Helen Andrade ressalta a importância da coragem para o desenvolvimento profissional (Imagem: Sammie Chaffin/Unsplash)

Políticas de inclusão efetivas para as mulheres 

“A gente precisa se transformar junto com o mundo”, sintetiza a executiva.

Para ela é um momento de mundo e corporativo vantajoso com mais oportunidades para uma mulher que está buscando uma recolocação ou colocação profissional.  

Nesse sentido, a dica mais importante, para ela é ser o mais genuíno possível na hora de buscar essas oportunidades: “quando a gente está buscando uma oportunidade, precisa ser o mais genuíno possível”.

“Não tenha medo de dizer a verdade, não a esconda, porque, se aquele lugar não te aceitou, não era o lugar para você estar, nem para você construir sua carreira”. 

Ela evidencia que dar esse conselho é uma tarefa difícil sabendo da situação do Brasil em que muitos buscam um trabalho para garantir sua sobrevivência.  

Dicas profissionais e para a vida 

No início da sua carreira Helen recebeu um conselho que hoje passa para frente.

“Minha gestora da época me disse que competência técnica você aprende. Habilidade de comunicação, de articulação, de influência — tudo isso você aprende com o tempo. Mas o que é fundamental é ter coragem”, comenta.

Essa coragem, explica Helen, significa seguir adiante mesmo com medo. “É transpor os seus obstáculos e limites, levantar da cadeira e falar com a pessoa que pode te ajudar em um determinado projeto na companhia”, exemplifica ela.

Atrelada à coragem, são necessários o preparo e o estudo, segundo Helen. 

O estudo, para ela, vai além do acadêmico. “Está também na coragem de se conhecer, para saber o quanto pode contribuir”, diz.  

Para ela, isso foi essencial para conquistar o cargo que ocupa atualmente na Nestlé.

“Quando eu entrei na Nestlé não tinha uma vaga na posição que eu estou hoje. Eu busquei uma oportunidade. Eu sabia o quanto eu poderia contribuir, falei sobre o quanto poderia contribuir e a oportunidade aconteceu. Eu a busquei e ela aconteceu por conta da minha iniciativa.”  

O que Helen ensina, assim como muitas outras mulheres, para esse dia 8 de março que se aproxima é ter coragem.

Relembrando Guimarães Rosa, “o que a vida (e a nossa carreira) quer da gente é coragem”.

Estagiária
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
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