Câmbio

Mundial de clubes impulsiona e dólar lidera ranking de moedas mais negociadas por brasileiros em 2025

17 jul 2025, 9:48 - atualizado em 17 jul 2025, 9:48
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(Imagem: iStock/eyeglb)

O dólar norte-americano foi a moeda estrangeira mais transacionada por pessoas físicas no Brasil no primeiro semestre de 2025. O dado faz parte do ranking da Travelex Confidence, maior especialista em câmbio do mundo.

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O levantamento considera o volume de vendas de papel-moeda ao longo do primeiro semestre de 2025 em toda a base de clientes da instituição. 

Assim, no levantamento da Travelex, a divisa oficial dos Estados Unidos representou 51,3% de participação no volume total transacionado nos primeiros seis meses do ano.

Apesar de uma leve queda de 0,6% na comparação com o segundo semestre de 2024, a divisa cresceu 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado, confirmando sua estabilidade como moeda internacional de referência.

MOEDA Volume total (R$) no primeiro semestre de 2025 Variação do volume operado (R$) no comparativo ao segundo semestre de 2024 Variação do volume operado (R$) no comparativo ao primeiro semestre de 2024
Dólar (USD) 51,30% -0,60% 2,60%
Euro (EUR) 39,80% -1,80% -4,60%
Libra Esterlina (GBP) 3% -18,50% -19,50%
Dólar Canadense (CAD) 2,20% -4,80% -15,70%
Iene (JPY) 1,30% 0,10% -11,30%
Franco Suíço (CHF) 0,60% -0,20% -0,60%
Dólar Australiano (AUD) 0,60% -19,60% -22,70%
Peso Chileno (CLP) 0,50% -36,20% -7,30%
Peso Argentino (ARS) 0,40% 13% 101,90%
Peso Colombiano (COP) 0,30% 17,30% 10,70%

Fonte: Travelex Confidence.

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Mais especificamente, o desempenho da divisa em junho puxou o resultado no semestre. O dólar norte-americano apresentou, no mês passado, um volume 19% maior em relação a abril, além de um incremento de 38% e 16% no comparativo com junho de 2024 e com a média do ano passado, respectivamente.

Para Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence, fatores conjunturais impulsionaram a procura pela moeda norte-americana no período, consolidando a liderança tradicional da divisa no ranking.

“A realização do Mundial de Clubes da FIFA nos Estados Unidos, entre junho e julho, estimulou a compra antecipada da moeda, especialmente por torcedores e famílias que estenderam a estadia para lazer. Além disso, os EUA seguem como um dos principais destinos turísticos internacionais para o brasileiro”, explica o executivo.

Outras moedas em destaque

Em segundo lugar no Ranking de Moedas da Travelex Confidence aparece o euro (EUR), com 39,8% do volume total, seguido pela libra esterlina (GBP), com 3,0%. Completam o TOP 10: dólar canadense (CAD), iene japonês (JPY), franco suíço (CHF), dólar australiano (AUD), peso chileno (CLP), peso argentino (ARS) e peso colombiano (COP).

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Um dos destaques do semestre foi o avanço do peso argentino, que cresceu 13% em relação ao segundo semestre de 2024 e expressivos 101,9% frente ao primeiro semestre do mesmo ano. O peso colombiano também apresentou crescimento consistente, de 17,3% e 10,7%, respectivamente.

“A forte procura por moedas latinas, especialmente o peso argentino, reflete o aumento do interesse de brasileiros por destinos na América do Sul com custo-benefício mais competitivo, apesar de desafios econômicos locais. É um movimento que revela não só tendências de turismo, mas também da diversificação dos destinos para além da rota dólar-euro”, afirma Jorge Arbex.

Transferências internacionais em alta — com dólar

Além do comportamento no mercado de papel-moeda, o levantamento semestral da Travelex Confidence também analisou as transferências internacionais realizadas por pessoas físicas.

A principal natureza identificada foi a “entre contas da mesma pessoa física ou jurídica”, que respondeu por 37,3% do volume transacionado nos primeiros seis meses do ano.

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Essa categoria apresentou uma curva expressiva de crescimento, com alta de 30,8% em relação ao segundo semestre de 2024 e 38,7% frente ao mesmo período do ano passado — resultado que aponta para um maior planejamento financeiro e movimentação pessoal de recursos no exterior

Na sequência, aparecem as “doações e transferências sem contrapartida”, com 32,4% do volume, apesar da queda de 16,4% em relação ao semestre anterior.

Vale lembrar que a moeda norte-americana vem se enfraquecendo frente às divisas globais, inclusive contra o real. Em 2025, o dólar recuou 9,52% até o fechamento da última quarta-feira (16). 

No mesmo intervalo, o índice do dólar (DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra) sofreu uma desvalorização de 9,8% em 2025.

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.