Município com mais etnias indígenas no Brasil é famoso por mar de prédios

IBGE divulga dados sobre indígenas coletados no Censo de 2022 e traz uma surpresa sobre qual município tem a maior variedade de etnias – Divulgação

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O Brasil tem 391 etnias indígenas, povos e grupos indígenas. É o que apontam dados do Censo Demográfico de 2022. Trata-se de um aumento frente às 305 registradas em 2010, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Chama atenção qual município tem mais etnias no Brasil: São Paulo. A capital paulista abriga 194 delas e é seguida por Manaus (AM), com 186, Rio de Janeiro (RJ), onde vivem 176 povos e Salvador (BA), 142.

Entre os municípios que não são capitais, Campinas (SP) lidera com 96 etnias. Na divisão por estados, São Paulo também se destaca, com 271 grupos indígenas, na frente de Amazonas (259) e Bahia (233).

Os indígenas de São Paulo

De acordo com os dados do IBGE, o povo Aimara é o mais populoso na cidade, com 1.935 pessoas, seguido pelos Guarani Mbya (1.492).

Além disso, 5.397 não declararam a qual povo pertencem e 2.706 não souberam responder.

Ainda segundo o Instituto, os resultados derivam de migrações, do processo de urbanização, além da autoafirmação e reemergência étnica – ou seja, quando indígenas voltam a se distinguir de outros grupos sociais.

Em entrevista ao portal G1, Jefferson Mariano, analista Socioeconômico do IBGE, aponta que a migração é um fator determinante para a presença de diversas etnias indígenas em São Paulo.

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O especialista explica que se misturam as migrações de povos de outros países da América Latina, assim como migrantes internos. Como motivo para o fluxo, Mariano aponta a busca por oportunidades de estudo e trabalho.

Entre os dados divulgados pelo Instituto, diversas etnias, povos e grupos são representados por menos de 10 pessoas na capital paulista.

Por outro lado, também existem terras indígenas na cidade.

Áreas demarcadas de São Paulo

A cidade de São Paulo tem um total de cinco territórios demarcados.

Quatro deles ficam na zona sul da capital. São elas as Terras Indígenas (TIs) de Tenondé-Porã, Krukutu, Rio Branco e Barragem. Juntas, elas somam 19.052 hectares e extrapolam os limites da capital, ocupando áreas de outros quatro municípios e vão até a Baixada Santista, no litoral do estado. A maioria dos residentes são da etnia guarani.

A menor terra indígena do Brasil

A outra TI situa-se no extremo oposto da cidade. Indígenas da etnia guarani vivem aos pés do Pico do Jaraguá, a parte mais alta da capital paulista.

A Veja São Paulo conta a história da TI Jaraguá, que já foi a menor de todo o país. Sua primeira delimitação ocorreu em 1987, sem estudos e resultou em uma área de 1,7 hectare.

Somente em 2015, o Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma declaração de posse para 532 hectares. Porém, a decisão foi anulada depois de dois anos.

O retorno ao status de menor TI do Brasil se deu por conta de uma sobreposição de 308 hectares sobre o Parque Estadual do Jaraguá.

Ainda de acordo com apuração da Veja São Paulo, o impasse se estendeu até maio deste ano, quando terminou a demarcação física dos 532 hectares.

Os próximos e últimos passos são a homologação do Presidente da República e o registro em cartório.

A comunidade também assinou um acordo com o governo do estado e a Fundação Florestal, que é responsável pelo parque. O documento formaliza uma gestão compartilhada do território, após o imbróglio vivido com a revogação de 2015.