BusinessTimes

Na crise hídrica, Petrobras importa mais para elevar oferta de gás natural em 36%

15 jun 2021, 13:54 - atualizado em 15 jun 2021, 13:54
Petrobras-Refinaria
A petroleira afirmou também que posicionou seus dois navios regaseificadores afretados nos Terminais de Regaseificação de GNL (Imagem: André Motta de Souza / Agência Petrobras)

Em momento de alta demanda por termelétricas devido à crise hídrica, a Petrobras (PETR4) está tomando medidas com potencial de elevar em 36% a oferta de gás natural na comparação com a demanda registrada no primeiro trimestre deste ano, com maior importação e maximização de produção de algumas unidades.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao ser questionada sobre medidas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que exigem maior disponibilidade de gás natural para despacho termelétrico, a Petrobras afirmou à Reuters que a oferta poderia subir para 110 milhões de metros cúbicos diários, com a produção local atualmente maximizada a mais de 46 milhões de m³/dia e a importação de gás natural boliviano elevada ao limite de 20 milhões de m³/dia.

Além disso, a importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) em alguns meses deste ano alcançou 14 cargas por mês, mais do que o dobro do visto tem tempos recentes, enquanto a empresa também está ampliando a capacidade do terminal de regaseificação na Baía de Guanabara em 50% com autorização da reguladora ANP.

“O esforço ocorre em momento de demanda em ascensão, devido ao incremento do despacho termelétrico determinado pelo ONS no quarto trimestre de 2020 e à aceleração da atividade econômica”, disse a Petrobras, ao ser questionada sobre informação de fonte do setor elétrico relativa a medidas para aumentar a oferta de gás.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, disse nesta terça-feira em audiência na Câmara para debater a crise hídrica que mudanças nas vazões dos reservatórios de hidrelétricas e o uso de energia termelétrica deverão permitir que o Brasil passe pela crise hidrelétrica de forma “segura”, afastando riscos de abastecimento de eletricidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda sobre a importação de gás boliviano, a Petrobras disse que busca a celebração de contrato interruptível com a estatal YPFB, “de forma a aumentar a oferta oriunda daquele país”.

A petroleira afirmou também que posicionou seus dois navios regaseificadores afretados nos Terminais de Regaseificação de GNL, possibilitando uma injeção total de 34 milhões de m³/dia.

Esse volume de injeção de gás natural oriunda dos terminais deve subir para até 44 milhões de m³/dia, com a ampliação do terminal de regaseificação do Rio de Janeiro, de 20 milhões para 30 milhões de m³/dia.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está autorizando a expansão, disse o diretor-geral da autarquia Rodolfo Saboia, na mesma audiência na Câmara.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gnl Fundamental

A Petrobras disse que a oferta de GNL é fundamental para o atendimento das termelétricas, cuja demanda está em torno de 37 milhões de m³/dia.

Dessa forma, o total já adquirido pela Petrobras em 2021 para entrega até setembro é de 67 cargas de GNL, ante 43 e 33 nos anos de 2019 e 2020, respectivamente, segundo informação obtida na empresa, após consulta.

A maior importação de GNL também ocorre diante da parada programada de 30 dias da plataforma do campo de Mexilhão e do gasoduto Rota 1, a partir de 15 de agosto, para manutenção.

O gasoduto Rota 1 escoa o gás natural produzido em Mexilhão que respondeu por quase 10% da produção do país em abril, e em outras plataformas do pré-sal e pós-sal da Bacia de Santos para consumo termelétrico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A esse respeito, a Petrobras disse que está atuando para conciliar a manutenção da plataforma de Mexilhão e do gasoduto Rota 1 às paradas programadas de usinas termelétricas próprias e de terceiros, reduzindo, assim, a demanda por gás natural dessas térmicas no período, “em cronograma articulado antecipadamente com o ONS, buscando o mínimo impacto possível ao setor”.

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.