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Payroll fortalece Powell em queda de braço com Trump sobre direção dos juros nos EUA

06 jun 2025, 15:17 - atualizado em 06 jun 2025, 15:23
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Estados Unidos criaram 139 mil vagas de emprego em maio. (Imagem: REUTERS/Carlos Barria)

Na queda de braço entre Donald Trump e Jerome Powell, o chair do Federal Reserve (Fed) parece levar a melhor quando o assunto é corte nos juros. Ao menos é o que dizem os economistas ao avaliar os dados do mercado de trabalho do maio.

Os dados do payroll do mês passado vieram acima das projeções e os Estados Unidos (EUA) criaram 139 mil vagas de emprego. Já a taxa de desemprego permaneceu em 4,2%.

Os números, segundo a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, indicam que a dinâmica do mercado de trabalho segue robusta, com uma desaceleração moderada. Isso não deve contribuir com o processo de desinflação no curto prazo.

Diante desse cenário, o banco central norte-americano deve manter a política monetária em pausa. Em maio, o Fed manteve a taxa inalterada na faixa de 4,25% a 4,50%, onde está desde dezembro do ano passado.

Apesar do compasso de espera em junho, Vitoria projeta que o Fed realize dois cortes nos juros no segundo semestre deste ano.

Em linha, a economista do C6 Bank, Claudia Rodrigues, enxerga um risco de inflação mais alta à frente, apesar da perspectiva de desaceleração da economia. “Esse cenário diminui o espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve”.

“Os números do Payroll reforçam nossa visão de que a economia americana está desacelerando, mas não esperamos uma recessão. Vale ressaltar, no entanto, que o aumento de tarifas de importação imposto pelo governo de Donald Trump pode afetar o crescimento da atividade econômica no futuro e possivelmente impactar os preços e o mercado de trabalho.”

Diferentemente do Inter e do consenso do mercado, no entanto, Rodrigues não descarta a possibilidade de os juros permanecerem no patamar atual até o final de 2025. O Fed “deve esperar sinais mais claros para definir os rumos da política monetária”, diz.

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Trump x Powell

Enquanto Powell mantém uma postura de cautela devido à incerteza da política tarifária adotada pelos EUA, Trump pressiona o Fed a cortar juros.

Hoje (6), o presidente voltou a cutucar o chair do banco central norte-americano e pediu que ele corte a taxa de juros em um ponto percentual.

Trump ainda afirmou que o banco central sempre pode elevar os juros novamente se os cortes levarem à inflação.

“Se o ‘atrasado’ do Fed fizesse o corte, reduziríamos bastante as taxas de juros, de longo e curto prazo, sobre a dívida que está vencendo […] Praticamente, não há inflação (mais), mas se ela voltar, aumente a ‘taxa’ para combatê-la. Muito simples!!!”, afirmou na rede Truth Social.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.