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Não há correlação entre juros altos e concentração bancária, diz presidente do Cade

06 ago 2019, 14:14 - atualizado em 06 ago 2019, 14:14
Cade
Barreto argumentou que o nível de concentração no Brasil está em linha com o que é visto em outros países do mundo (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto, afirmou nesta terça-feira que não há evidência empírica que demonstre correlação entre a alta concentração no sistema financeiro brasileiro e o nível dos juros aos consumidores no país.

Falando a jornalistas após participar de evento promovido pelo Correio Braziliense, ele argumentou que o nível de concentração no Brasil está em linha com o que é visto em outros países do mundo.

Barreto pontuou ainda que autoridades como o Banco Central e o Cade devem se debruçar sobre a promoção de competitividade do setor para incentivar a queda dos juros, citando, por exemplo, a inserção de fintechs no mercado.

Sozinhas, as cinco maiores instituições financeiras do país — Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Caixa Econômica Federal e Santander Brasil — responderam por 81,2% dos ativos totais do segmento bancário comercial em 2018, conforme dados do Banco Central publicados em maio.

Em linha com Barreto, o BC tem indicado que o spread bancário está mais correlacionado com concorrência do que com a concentração do setor. Por outro lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já relacionou o alto lucro dos bancos no Brasil à existência de poucos grupos no mercado.

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Quórum

Aos jornalistas, Barreto também disse acreditar que as indicações para o conselho do Cade devem ser realizadas “o quanto antes”, ainda no mês de agosto, para que a autarquia já neste mês volte a ter quórum para votações.

Neste momento, os trabalhos do Cade estão paralisados pois quatro dos sete conselheiros tiveram seus mandatos de quatro anos finalizados.

reuters@moneytimes.com.br