Setor Aéreo

Não restará nada para consolidar após a falência das companhias, alerta CEO da Qatar Airways

26 mar 2020, 10:26 - atualizado em 26 mar 2020, 10:26
O futuro cenário do setor depende de quais companhias aéreas tomarão “decisões muito inteligentes e prudentes”, acrescentou (Imagem: Unsplash/@leoncooper)

O diretor-presidente da Qatar Airways, Akbar Al Baker, disse que muitas companhias aéreas devem ir à falência em decorrência da destruição da demanda por viagens pela pandemia de coronavírus, o que limita as oportunidades de aquisições.

Embora a companhia aérea do Golfo esteja disposta a agir em qualquer oportunidade de investimento que se apresente, a pandemia deve levar ao colapso imediato de algumas operadoras, disse Al Baker em entrevista na quinta-feira à Bloomberg Television.

“Não restará mais nada para consolidação, porque muitas companhias aéreas irão à falência”, disse. “Neste período muito difícil, apenas as mais preparadas vão sobreviver.”

O futuro cenário do setor depende de quais companhias aéreas tomarão “decisões muito inteligentes e prudentes”, acrescentou.

Os comentários de Al Baker ecoam alertas da Associação Internacional de Transporte Aéreo, de que apenas cerca de 30 companhias aéreas globais têm balanços razoavelmente saudáveis e que, mesmo essas, devem ter caixa suficiente para sobreviver apenas por alguns meses.

O CEO disse que a Qatar Airways, que é estatal, buscará apoio do governo assim como todas outras companhias aéreas e que a crise deve acabar com o conflito entre operadoras sobre se algumas se beneficiaram de subsídios ilegais.

“As pessoas que se gabavam de não receber ajuda estatal e serem independentes agora estão pedindo ajuda estatal”, disse. Algumas operadoras dos Estados Unidos acusaram companhias aéreas do Golfo de receberem apoio injusto do governo.

Al Baker disse que, embora a receita tenha caído 80% com a propagação do coronavírus, a Qatar Airways não planeja mais cortes de tráfego. A operadora opera com o equivalente a cerca de 30% da rota de voos normal, enquanto as rivais Emirates e Etihad, do Oriente Médio, suspenderam completamente voos de passageiros.

“Uma pandemia como esta nunca havia ocorrido nos últimos 100 anos”, disse. “Teremos que enfrentá-la e perseverar.”

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