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Não vamos sobrecarregar os mercados com “minério de ferro”, diz diretor da Vale

10 nov 2020, 13:08 - atualizado em 10 nov 2020, 13:15
Vale
O caminho da Vale até o aumento da produção inclui expansão de minas na região Norte do Brasil, e recuperação da produção em algumas de suas minas mais antigas em Minas Gerais (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A mineradora brasileira Vale (VALE3) pretende ser cautelosa em sua expansão de capacidade para não derrubar o mercado de minério de ferro enquanto busca recuperar suas operações do impacto de um rompimento fatal de barragem em 2019.

“Nós vamos ser responsáveis, não vamos sobrecarregar os mercados com minério de ferro”, disse o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, em entrevista em vídeo durante o evento Reuters Commodity Trading Summit.

A mineradora está preparada para aumentar sua capacidade para 450 milhões de toneladas em cerca de cinco anos, usando métodos mais seguros e menos poluentes, disse ele.

Mas a companhia pode não usar toda a capacidade caso não se confirme um esperado aumento na demanda asiática, guiada pelo setor industrial.

“A intenção não é sobrecarregar os mercados até 450 (milhões de toneladas). É ter a capacidade disponível para atender o mercado se for necessário”, disse Siani.

As decisões de produção da Vale afetam os preçso de produtos de aço pelo mundo, uma vez que ela é a única produtora global de minério de ferro com planos significativos de expansão de capacidade.

O caminho da Vale até o aumento da produção inclui expansão de minas na região Norte do Brasil, e recuperação da produção em algumas de suas minas mais antigas em Minas Gerais.

A companhia recuperou momentaneamente seu posto de líder em minério de ferro no terceiro trimestre, após produzir mais que a rival australiana Rio Rinto, para quem a brasileira perdeu o posto após o rompimento de barragem da empresa em Brumadinho (MG) em 2019 que deixou 270 mortos e obrigou o fechamento de outras minas vistas como sob risco.

“Todo mundo entende que o grande fator de mudança na oferta é a Vale”, disse Siani. “A boa notícia é que a capacidade está aqui, as minas estão aqui, as plantas de processamento estão aqui e as ferrovias estão aqui.”

Embora a Vale tenha registrado prejuízo no ano passado devido a despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho, a receita continuou a crescer.

A redução na oferta global após a Vale ter reduzido sua meta de produção para 2019 em cerca de um quatro ajudou a impulsionar um rali nos preços do minério de ferro, que tocaram máxima de seis anos em meados de setembro passado.

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