Ibovespa

Nas contas da XP, Ibovespa deve saltar mais 10% e chegar aos 149 mil pontos no fim de 2025

01 maio 2025, 13:33 - atualizado em 01 maio 2025, 13:33
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Para a equipe de analistas, a bolsa brasileira ainda está descontada em relação aos pares; o Ibovespa subiu quase 4% em abril (Imagem: MariuszBlach/Getty Images)

O Ibovespa (IBOV) tem mantido o desempenho positivo mesmo com as turbulências do mercado em torno da política tarifária dos Estados Unidos. Depois de subir mais de 6% em março, o principal índice da bolsa brasileira engatou uma nova valorização e encerrou abril com avanço de quase 4%, no nível dos 135 mil pontos .  

Para a XP, ainda há espaço para novas altas. A corretora elevou a projeção do Ibovespa de 145 mil pontos para 149 mil pontos no final de 2025 — o que representa um potencial de valorização de aproximadamente 10,4% em relação ao último fechamento (30 de abril). 

Isso porque, para os analistas, o rali da bolsa brasileira deve continuar, apesar do “forte” aumento de volatilidade. 

Até agora, o Ibovespa acumula alta de 12,29% no ano. 

Brasil ainda mais barato — e atrativo  

Os analistas da XP avaliam que as ações brasileiras continuam baratas em comparação aos pares da América Latina, com fundamentos corporativos sólidos e potencial de valorização adicional a partir de uma melhora do cenário macroeconômico doméstico.

“O valuation atual está significativamente mais descontado do que sua média histórica”, afirmaram os analistas Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueiredo, Júlia Aquino e Lucas Rosa em relatório.

Nas contas da equipe de analistas, o Ibovespa está sendo negociado com 12% de desconto em comparação com os índices da América Latina, ante a média histórica de 9%.

Nessa comparação com os mercados emergentes, o desconto é de 35% ante a média de 13%. Já na relação com os pares globais, o principal índice da bolsa brasileira opera com 55% de desconto frente aos 35% em média. 

Em múltiplos, o Ibovespa está sendo negociado a 9 vezes o preço sobre o lucro (P/L), abaixo da média histórica de 11 vezes. 

Já na comparação entre o P/L projetado com o retorno sobre o capital (ROE) esperado, os analistas afirmam que o Brasil também aparece como o mercado mais descontado entre seus pares.

Assim, a XP ainda considera que o Brasil tem ficado “relativamente ileso” ao risco de um cenário macro “mais desafiador” com o governo Trump, com o país se beneficiando da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

“Essa percepção foi reforçada em nosso último roadshow com investidores institucionais, em que observamos que o sentimento em relação ao Brasil foi significativamente otimista, sustentado por fundamentos sólidos, valuations atrativos e a percepção de que o país está menos exposto à guerra comercial”, escreveram os analistas.

Ventos favoráveis para o Ibovespa 

No relatório, os analistas da XP ainda afirmam que o cenário atual é favorável para uma rotação de capital dos Estados Unidos para os mercados emergentes, especialmente o Brasil por, pelo menos, três motivos. 

O primeiro fator é que as tarifas já anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e as taxas esperadas vêm pressionando o dólar.

O indicador DXY, que compara a divisa norte-americana com seis moedas globais, como euro e iene, acumula queda de mais de 8% no ano. Na comparação com o real, o dólar à vista também se desvalorizou 8% desde janeiro.  

Em tese, um dólar mais fraco tende a impulsionar o investimento direto estrangeiro em mercados emergentes. 

Em segundo lugar, a XP considera que as “disrupções” no comércio global com as  tarifas de Trump aumentaram as expectativas de cortes de juros nos mercados emergentes, o que “contribui para uma desaceleração da inflação ao exercer pressão baixista sobre os preços do petróleo”. 

O terceiro e último motivo é que a desaceleração da economia norte-americana pode incentivar os bancos centrais dos mercados emergentes a iniciarem ciclos de afrouxamento monetário. 

Os analistas não destacaram uma possível recessão econômica global. Nesse caso, uma forte desaceleração da atividade mundial também traria impactos negativos para o Brasil. 

“Nas duas últimas recessões mundiais — crise de 2008 e pandemia de Covid-19 —, o Ibovespa recuou entre 17% e 18%, mas o desempenho entre os segmentos variou, refletindo os diferentes fatores macroeconômicos domésticos e globais”, diz o relatório. 

Onde investir na bolsa agora 

Para os analistas da XP, há uma “clara preferência” dos investidores por setores domésticos e sensíveis à taxa de juros, na comparação com o setor de commodities — que são mais expostas à incerteza econômica global. 

“Concordamos com essa alocação, embora estejamos atentos ao cenário inflacionário doméstico, que segue longe do ideal. Nesse sentido, o principal risco a essa visão consensual seria a necessidade de juros mais altos por mais tempo no Brasil”, escreveram.

A equipe atualizou a carteira de recomendação, com a exclusão das ações da Natura (NTCO3) e Gerdau (GGBR4) e a adição de Stone (STOC34)

A equipe também reduziu o peso de Petrobras (PETR4) na carteira, em razão das crescentes preocupações sobre o impacto do aumento das tarifas, além do recente anúncio de aumento na produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). 

Além de Petrobras, a XP também diminuiu o peso de Cyrela (CYRE3) visando realizar lucros dado a performance positiva das ações nos últimos meses.

A equipe ainda elevou a posição em BRF (BRFS3), considerando que os fundamentos para o frango estão melhorando. “Estamos mais confortáveis em relação aos custos de ração, e o valuation continua atrativo”, diz o relatório.

Confira a carteira recomendada da XP: 

Companhia  Ticker  Peso Recomendação Preço-alvo  
Banco do Brasil BBAS3 5,0% Compra R$     41,00
BRF BRFS3 7,5% Compra R$     29,20
CCR  CCRO3 5,0% Compra R$     16,20
Copel  CPLE6 10,0% Compra R$     13,80
Caixa Seguridade CXSE3 5,0% Compra R$     18,00
Cyrela CYRE3 2,5% Compra R$     30,00
Eletrobras ELET3 5,0% Compra R$     50,00
Grupo Mateus GMAT3 2,5% Compra R$       9,00
Iguatemi IGTI11 5,0% Compra R$     32,50
Itaú ITUB4 15,0% Compra R$     43,00
Lojas Renner  LREN3 5,0% Compra R$     17,00
Petrobras  PETR4 10,0% Compra R$     46,00
Stone  STOC34 5,0% Compra R$     80,00
Suzano  SUZB3 5,0% Compra R$     92,00
Vale  VALE3 12,5% Neutro  R$     66,00

 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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