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Natura (NATU3): Ações desabam 17% após números do 3T25; CEO vê trimestre decepcionante, mas há otimismo para 2026

11 nov 2025, 14:39 - atualizado em 11 nov 2025, 14:39
Natura
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

As ações da Natura (NATU3) abriram o pregão desta terça-feira (11) com forte queda, em reação aos números fracos reportados no relatório de resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25), que frustrou expectativas do mercado — e da própria companhia.

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No 3T25, a Natura teve prejuízo líquido recorrente de R$ 119 milhões, em função das pressões sobre receita e rentabilidade, aliadas ao aumento das despesas financeiras líquidas.

Em coletiva com jornalistas, o CEO João Paulo Ferreira classificou o trimestre como “decepcionante”, reconhecendo que de fato foi um trimestre fraco, com receitas e rentabilidade abaixo do que a própria companhia esperava.

“Para além do que havíamos planejado, enfrentamos outros desafios. O primeiro foi o consumo, causado pelo cenário macroeconômico e que também ocorreu em México e a Argentina, mas muito mais intenso no Brasil”, ponderou o executivo.

Por volta de 14h10 (horário de Brasília), as ações NATU3 derretiam 14,78%, a R$ 7,84. Na mínima do dia, os papéis chegaram a desabar 18,70%. Acompanhe o tempo real.

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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente ficou em R$ 577 milhões, o que representa uma queda de 33,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O CEO da Natura ainda ponderou que duas vertentes impactaram o trimestre da companhia: uma autoimposta e outra surpreendente.

Do lado autoimposto, Paulo Ferreira chama atenção para o SG&A (despesas gerais e administrativas), que vem rodando acima do registrado no ano anterior e, segundo o CEO, acima da normalidade da empresa. No entanto, ele atribui o movimento às iniciativas com tecnologia, desenvolvimento de canais, entre outros, que devem render frutos para a companhia em 2026.

Já do lado surpreendente, o consumo caiu mais do que era esperado pela companhia e a Avon perdeu a oportunidade de capturar o público com um portfólio com preços mais em conta.

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“Ainda não conseguimos retomar o crescimento da marca Avon e é uma marca que seria bastante importante dado esse cenário de consumo mais contraído”, disse o CEO. A Natura está trabalhando para relançar a marca em meados de 2026. Apesar de ajustes para cima no preço estarem no radar, a premissa é que a Avon continue mais acessível do que os produtos Natura.

Natura está otimista para o futuro

Apesar do trimestre ruim, o CEO afirmou que a empresa está confiante no posicionamento para o próximo ano.

O executivo tem no radar a retomada saudável das operações no México e Argentina após a Onda 2, além de medidas para contenção de despesas, que devem começar a se refletir no quarto trimestre de 2025, combinadas com o encerramento de gastos envolvidos no processo de reestruturação da companhia.

A companhia concluirá até o final deste ano o ciclo de custos de transformação na América Latina, já firmou acordo vinculante para a aguardada venda da Avon International e está avaliando uma definição para a Avon Rússia. Na visão da Natura, todos esses aspectos devem destravar valor para a companhia.

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A meta, com a conclusão da transformação da companhia, é retornar os patamares de alta rentabilidade de forte geração de caixa que a companhia tinha antes das grandes aquisições, no período entre 2017 e 2019, o que deve se refletir com o tempo no desempenho das ações NATU3, que acumulam queda de mais de 20% no ano.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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