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Natura (NATU3) mantém estratégia sólida, mas curto prazo apresenta desafios, diz Bradesco BBI

23 ago 2025, 15:00 - atualizado em 22 ago 2025, 16:12
Natura
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A administração da Natura (NATU3) demonstra mentalidade estratégica adequada para questões estruturais da empresa, mas o curto prazo para a companhia permanece desafiador, disse o Bradesco BBI em relatório disponibilizado pela Ágora Investimentos nesta semana.

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O banco avaliou que há confiança na resolução da alienação da Avon Internacional, mas ponderou que existem riscos ligados à desaceleração da operação brasileira, responsável por cerca de 60% das vendas, e às normalizações da Onda 2 no México e na Argentina.

No cenário base do BBI, a descontinuação total da Avon Internacional incluiria uma penalidade de R$ 1,2 bilhão no primeiro ano, em linha com os US$ 230 milhões estimados publicamente.  Considerando que US$ 30 milhões já foram aplicados, o custo restante da alienação seria de cerca de US$ 200 milhões, elevando a relação dívida líquida/Ebitda final da Natura para aproximadamente 2,3 vezes, disse.

O banco mantém a visão de que o valor potencial a ser desbloqueado justifica a recomendação de compra, desde que o balanço consolidado e o fluxo de caixa se alinhem aos números da Natura Cosméticos, condição essencial para uma eventual reclassificação estrutural dos múltiplos. O preço-alvo é de R$ 17.

Natura no Brasil

O Bradesco BBI observa que a unidade de negócios da Natura no Brasil registrou desaceleração nas vendas desde junho, após crescimento de dois dígitos entre março e maio. Dados de terceiros indicam queda anual de 0% a 1% em junho, com leve melhora em julho (crescimento estável a um dígito baixo).

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Segundo o banco, a marca Natura continua ganhando participação de mercado, com crescimento estimado entre 2% e 3% no 3T25, contra 10,4% no 2T25.

A desaceleração afetou principalmente beleza e fragrâncias, enquanto cuidados pessoais mostraram maior resiliência. Em contraste, a marca Avon segue perdendo participação.

O Bradesco BBI destaca que os canais de vendas não diretos, que passaram de 10% das vendas da Natura no 2T24 para 13% no 2T25, se mostram cada vez mais importantes e microdirecionados, ajudando a compensar parcialmente a pressão econômica sobre o modelo de vendas diretas mais maduro.

Mercados hispânicos e Onda 2

Fora do Brasil, o Bradesco BBI aponta que a dinâmica varia por região. No México (10% das vendas da Natura), há sinais de tensão no varejo e consumo. A implementação da Onda 2 da Natura introduz volatilidade de curto prazo, observada no 2T25 e prevista para persistir, em menor grau, no 3T25, disse.

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Segundo o banco, melhorias operacionais e baixa participação de mercado podem superar os desafios macro no futuro.

Na Argentina (15% das vendas da Natura), o Bradesco BBI observa um cenário macro mais favorável, embora a desvalorização cambial ainda represente risco para os resultados consolidados.

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