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Natura (NATU3): ‘Ainda teremos dificuldades com a Avon ao longo deste ano’ diz CEO

12 ago 2025, 14:21 - atualizado em 12 ago 2025, 14:21
natura avon
As ações da Natura reagem negativamente ao balanço do segundo trimestre de 2025, com Avon pesando no balanço (Imagem: iStock/BalkansCat)

A Natura (NATU3) sente o peso da Avon sobre o seu balanço, seja do lado da venda da Avon International, seja com a consolidação da marca aqui no Brasil. O CEO da companhia, João Paulo Ferreira, vê dificuldades do lado da marca ao longo de 2025, e no que diz respeito à venda de ativos, afirma que deve ocorrer dentro de 12 meses.

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“A marca Avon está sendo reposicionada. Há um trabalho de reposicionamento associado a necessidade de repopular todo o funil de inovações dessa marca, cujos resultados são esperados só em 2026. Então, nós ainda teremos dificuldades com a marca Avon ao longo desse ano e a marca Natura compensa essas dificuldades”, disse o executivo em coletiva com jornalistas nesta terça (12).

Do lado da operação fora da América Latina, o CEO aponta que os esforços para separação ou venda da Avon International e da Avon América Central e República Dominicana (CARD) avançaram de forma significativa nos últimos meses.

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“Há um time dedicado aqui da empresa buscando alternativas estratégicas, super assessorado por especialistas financeiros e legais. Agora, a auditoria ratificou a reclassificação desses ativos como disponível para venda, o que significa que, na prática, existe uma alta probabilidade deles serem vendidos em até 12 meses”, disse na coletiva.

As ações da companhia são o destaque negativo do Ibovespa (IBOV), com o mercado digerindo uma melhora expressiva na linha do lucro líquido, mas ainda vendo impactos da pendência da Avon International. Às 13h30, NATU3 caía mais de 5%.

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No trimestre, a alavancagem da companhia chamou a atenção de analistas. A companhia reportou 2,2 vezes a relação dívida líquida/Ebitda, dado o contínuo consumo de caixa da Avon Internacional. Quanto maior é o indicador, mais elevado o risco financeiro.

Segundo a diretora financeira (CFO) da Natura, Silvia Vilas Boas, o movimento ocorreu devido à desconsolidação das posições e da queima de caixa da Avon International. Olhando para o ano cheio e desconsiderando esses efeitos, a expectativa é de que a alavancagem feche entre 1x e 1,5x, dentro do que prometido para sua estrutura de capital.

“Quando a gente fala de endividamento, é importante olhar sempre o ano completo. Isso porque existe variação de geração e consumo de caixa entre os trimestres, principalmente em atividades como com dependência de consumo, que tem bastante geração de caixa no último trimestre do ano”, disse na coletiva.

2T25 da Natura

A Natura reportou um lucro líquido de R$ 195 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 859 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Embora a linha tenha sido positiva, analistas, em geral, avaliaram o balanço como misto.

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Agora, as operações da Avon fora da América Latina são classificadas no balanço como “mantidas para venda”. Excluindo efeitos não operacionais, o lucro líquido ajustado foi de R$ 598 milhões.

O relatório de resultados divulgado na segunda-feira (11) mostra Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente alcançou R$ 796 milhões, com margem de 14%, avanço de 0,8 ponto percentual em base anual.

A receita líquida consolidada somou R$ 5,7 bilhões, queda de 1,7% em reais na comparação anual, mas com crescimento de 5,5% em moeda constante — resultado puxado pelo desempenho forte da Natura Brasil (+10,3%) e da marca Natura nos países da América Latina de língua espanhola (+17,8%). O desempenho foi compensado negativamente pela queda de 12,9% da Avon no Brasil e pela volatilidade nos outros mercados do continente, como a causada pela integração da Onda 2 no México e pela volatilidade na Argentina.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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