Política

Negociação para precatório com STF fica quase impossível, diz Bloomberg

08 set 2021, 16:10 - atualizado em 08 set 2021, 16:10
Luiz Fux
Agora, a única alternativa pode ser avançar no Congresso com a PEC que autoriza o governo a pagar as dívidas de forma parcelada, em até 10 anos (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Os ataques de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal nas manifestações do 7 de setembro tornaram as negociações sobre os precatórios quase impossíveis, de acordo com duas pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha trabalhando com o STF numa solução via Conselho Nacional de Justiça para estabelecer um teto no pagamento de precatórios, que somam R$ 90 bilhões no orçamento do próximo ano.

Agora, a única alternativa pode ser avançar no Congresso com a PEC que autoriza o governo a pagar as dívidas de forma parcelada, em até 10 anos, disseram as fontes.

A PEC dos precatórios e outros itens da pauta econômica, como as reformas tributária e administrativa, podem avançar na Câmara, onde o presidente Arthur Lira trabalha com Guedes, mas a situação tende a ficar mais difícil no Senado, disse uma pessoa.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, suspendeu as sessões desta semana após as manifestações.

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“É muito improvável que as reformas avancem entre agora e as eleições”, disse Ray Zucaro, diretor de investimentos da RVX Asset Management em Miami. “Isso está quase garantido.”

O Planalto, embora o governo não acredite que um processo de impeachment de Bolsonaro tenha chances de avançar, espera que sua agenda enfrente mais dificuldades no Congresso, disse uma pessoa.

O governo considerou as manifestações de terça-feira um sucesso, segundo duas pessoas com acesso ao presidente que pediram anonimato para discutir assuntos privados.

Bolsonaro teve bastante tempo na TV e encontrou uma agenda que mobiliza seus apoiadores, disseram as pessoas, acrescentando que ele não espera reações mais significativas dos demais poderes.

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bloomberg@moneytimes.com.br