Negócios na zona do euro crescem no ritmo mais rápido em 30 meses em novembro
A atividade empresarial na zona do euro expandiu-se no ritmo mais rápido em dois anos e meio em novembro, já que um setor de serviços robusto mais do que compensou a fraqueza da manufatura, mostrou uma pesquisa nesta quarta-feira (3).
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto da Zona do Euro do HCOB, compilado pela S&P Global e visto como um bom termômetro da saúde econômica geral, subiu para 52,8 em novembro, ante 52,5 em outubro, marcando o sexto aumento mensal consecutivo.
Leituras acima de 50,0 indicam expansão da atividade, enquanto valores abaixo desse nível apontam contração.
- LEIA TAMBÉM: Tenha acesso às recomendações mais valorizadas do mercado sem pagar nada; veja como receber os relatórios semanais do BTG Pactual com o Money Times
“O setor de serviços na zona do euro está mostrando sinais claros de recuperação”, disse Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
“O desempenho forte do setor de serviços foi suficiente até mesmo para mais do que compensar a fraqueza do setor manufatureiro, o que significa que a produção econômica da zona do euro cresceu um pouco mais rápido em novembro do que no mês anterior”, acrescentou de la Rubia.
O PMI de serviços subiu para 53,6 no mês passado, de 53,0 em outubro, alcançando o nível mais alto desde maio de 2023, à medida que o volume de novos negócios cresceu no ritmo mais forte em 18 meses.
A maioria dos países pesquisados registrou expansão, com a Irlanda liderando, ao atingir seu maior ritmo de crescimento em três anos e meio. A Espanha manteve um crescimento robusto, apesar da desaceleração em relação a outubro, enquanto a Itália registrou sua expansão mais forte desde abril de 2023.
Na França, a atividade empresarial privada expandiu-se pela primeira vez em 15 meses, enquanto na Alemanha a atividade moderou em relação ao pico de 29 meses registrado em outubro.
A manufatura, porém, mostrou sinais de dificuldades, com o crescimento da produção fabril desacelerando para a mínima de nove meses e os novos pedidos caindo marginalmente.
O emprego em toda a zona do euro continuou a crescer em novembro, embora o ritmo de criação de vagas tenha desacelerado. O setor de serviços manteve o ímpeto de contratação, enquanto as empresas manufatureiras reduziram pessoal no ritmo mais acentuado desde abril.
A confiança empresarial melhorou levemente, mas permaneceu abaixo da média de longo prazo, sugerindo que as empresas continuam cautelosas em relação às condições futuras.
No front inflacionário, os custos de insumos subiram no ritmo mais rápido em oito meses, impulsionados pela retomada das altas nos custos de compras de manufaturas e pelo aumento acelerado das despesas no setor de serviços.
No entanto, os preços cobrados pelas empresas aos clientes subiram em um ritmo mais suave, com a inflação dos preços de saída recuando para o menor nível em seis meses.
“A taxa de inflação no setor de serviços, que o Banco Central Europeu acompanha com especial atenção, enfraqueceu novamente de maneira significativa em termos de preços de venda”, disse de la Rubia.
“No geral, o BCE provavelmente se sentirá apoiado em sua posição claramente comunicada de manter as taxas de juros inalteradas na próxima reunião do banco central”.