Mercados

Nem Selic em alta derruba o dólar; vale a pena investir na moeda?

07 dez 2021, 15:10 - atualizado em 07 dez 2021, 15:13
Dólar
Juros mais altos em um determinado país tendem a elevar a atratividade de sua moeda. (Imagem: Pixabay/Foto-Rabe)

Nem mesmo a perspectiva de alta da taxa básica de juros tem feito o dólar cair. Desde julho a moeda americana é cotada acima de R$ 5,00.

A divisa cedia 0,6% nesta terça-feira (7), mas ainda a R$ 5,65, no penúltimo pregão antes do anúncio do BC que deve confirmar mais uma elevação da Selic, a 9,25%.

Juros mais altos em um determinado país tendem a elevar a atratividade de sua moeda, uma vez que aumentam a rentabilidade de se investir no mercado de renda fixa local.

Mas desta vez, além do fator risco fiscal local, o Brasil está “competindo” com o aperto monetário dos Estados Unidos, lembra o diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice.

O executivo destaca que que o aumento de 1,5 ponto percentual da Selic “já estava na conta de todo mundo” e lembra que dezembro é historicamente frágil para o real.

“Há muita remessa no mês, muita empresa mandando dinheiro para fora”, diz Orefice. “Tanto é que o BC adiantou leilão [de dólar]: a autoridade monetária sabe que tem um movimento forte de compra”.

O diretor de investimentos diz não ver alívio para a moeda no curto prazo. “É razoável ver o dólar cotado a pelo menos R$ 5,30”, diz, destacando que não vê o real ainda mais desvalorizado, visto que o câmbio já está “bastante depreciado”.

O mercado financeiro espera que o dólar termine 2022 a R$ 5,55, segundo edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central.

O que fazer

Orefice reitera uma visão comum no mercado de que é preciso adotar alguma exposição cambial, como uma proteção contra incertezas fiscais do Brasil, e fala em ter um pelo menos 30% da carteira ligada ao dólar.

Para o executivo, os fundos cambiais são a forma “mais democrática” de se investir em dólar. Ele aponta ainda que fundos que investem em ações no exterior também são uma opção de exposição.

Ele pondera que o investidor que pode enviar dinheiro para o exterior para montar uma carteira têm um leque mais amplo de ativos, mas lista três fundos em que a gestora tem posição.

  1. Pimco Income sem hedge para o real, da tradicional gestora com foco em renda fixa;
  2. Fundos da Geo Capital, cujo principal produto é o Geo Global Equities, que aplica em ações no exterior;
  3. Fundos do JP Morgan, entre eles o Global Income, que investe em ativos de renda fixa, ativos conversíveis e ações (apenas para investidores institucionais).

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
Linkedin
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.