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Netflix (NFLX) quer mais dinheiro do assinante, que está aceitando; ação dispara 15% após resultados do 3T23

19 out 2023, 12:42 - atualizado em 19 out 2023, 12:51
Netflix
Netflix lidera altas nesta quinta-feira (Imagem: Unsplash/Venti Views)

A Netflix (NFLX) comemora um salto de novos usuários durante o terceiro trimestre, mesmo diante de mudanças importantes em seu modelo de negócio.

Segundo o balanço da empresa divulgado ontem, que estreia a bateria de resultados de empresas tecnológicas nos EUA,  a plataforma de streaming adicionou 8,76 milhões de novos usuários em uma base que agora soma 247,1 milhões de assinaturas ativas por todo o mundo.

O número deve ser mais do que suficiente para assegurar a Netflix o título de streaming televisivo mais assinado do mundo, à frente da segunda colocada, Disney Plus.

Neste começo de tarde, as ações da companhia disparam mais de 15% em Nova York, com preço de US$ 402, confirmando a tendência do after market da véspera.



A “enxurrada” de novos assinantes trouxe aos cofres da Netflix uma receita total de US$ 8,5 bilhões, um crescimento de 7,8% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

Além disso, a projeção para o fluxo de caixa livre da companhia no ano fiscal de 2023 foi elevada de US$ 5 bilhões para US$ 6,5 bilhões.

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Netflix quer mais dinheiro do assinante, que está aceitando

A Netflix vem implementando mudanças significativas acerca do acesso ao conteúdo que disponibiliza. Elevação do preço dos pacotes, assinaturas com publicidade e medidas para coibir o compartilhamento de senhas entre usuários deram e ainda dão o que falar.

Faz parte dessa transformação a extinção do pacote “Básico” no Brasil, anunciada ontem pela companhia. A assinatura de R$ 25,90 mensais era um nível intermediário entre o “Pacote com Anúncio”, de R$ 18,90, e o “Plano Padrão”, de R$ 39,90.

Segundo o comunicado da empresa, o fim do pacote visa alinhar a estratégia do mercado brasileiro com relação àquela implementada em outras geografias, como no Reino Unido, Canadá, França e Estados Unidos.

A estratégia em questão, lembra Matheus Popst, sócio da Arbor Capital, é estimular que o maior número de pessoas se direcione ao pacote com publicidade, tornando as assinaturas sem anúncios um serviço mais seletivo.

Embora “impopular”, a blitz do Netflix em prol da expansão de suas margens não está sendo vista como um impeditivo real para os consumidores, ao menos até este momento.

“No terceiro trimestre de 2023, o número de membros [que assinam o plano com anúncios] aumentou quase 70% em relação ao trimestre anterior e agora representa cerca de 30% de todas as novas inscrições em 12 países que usam esse modelo”, destacou a empresa no balanço.

Como lembra o Itaú BBA, para o quarto trimestre, a empresa espera a adesão de mais de 8 milhões de usuários e uma expansão de 200 a 300 pontos-base na margem de lucro para o ano fiscal de 2024 — um cenário bem melhor do que o esperado.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.