Política

Ninguém vai levar a sério candidatura de Flávio Bolsonaro, diz presidente do PT

09 dez 2025, 15:43 - atualizado em 09 dez 2025, 15:43
Flavio Bolsonaro
Ninguém vai levar a sério candidatura de Flávio Bolsonaro, diz presidente do PT (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do PT, Edinho Silva, disse nesta terça-feira (9) que ninguém vai levar a sério a candidatura à Presidência do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando o próprio candidato disse por mais de uma vez que poderia retirar sua candidatura.

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“Ninguém se lança candidato em um dia e abre para negociar no dia seguinte. Eu nunca vi isso em 40 anos de vida pública”, afirmou Edinho em uma conversa com jornalistas. “Ninguém lança uma candidatura em um dia e no outro diz: ‘Olha, eu posso negociar’. Não sou eu, ninguém vai levar a sério”.

Flávio Bolsonaro apresentou sua candidatura na última sexta-feira, ao informar que seu pai, preso há 20 dias, lhe incumbiu de ser o seu candidato nas eleições de 2026.

Ao indicar o próprio filho, o ex-presidente frustrou as expectativas de partidos do centrão, como PP e Republicanos, que queriam o apoio de Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O mercado reagiu mal à indicação de Flávio, já que o senador tem resultados bem inferiores nas pesquisas de intenção de voto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que Tarcísio.

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No fim de semana, Flávio indicou que poderia abrir mão da candidatura, mas que teria um preço, e desde então houve idas e vindas.

Na segunda-feira (8), o senador afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que sua candidatura é “irreversível” a menos que seu pai, Jair, seja libertado e possa concorrer à Presidência.

O anúncio de Flávio, apesar de ainda longe do período de formalização de candidaturas, dificulta hoje uma candidatura solo de Tarcísio, que teria de abdicar do apoio direto de Bolsonaro, o que é visto por parte do governo e do PT como um ponto positivo para uma possível reeleição de Lula.

O governador é citado em uma resolução do PT divulgada neste final de semana como a principal liderança na direita hoje, mas Edinho diz que o nome foi usado como exemplo porque ele se coloca neste lugar.

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“Eu não sei se o Tarcísio vai ser candidato à Presidência. O espaço que Tarcísio ocupa hoje, e ele faz questão de ocupar, é de ser o líder desse campo mais de ultradireita. Ele faz questão de se caracterizar como o herdeiro da ultradireita”, disse o presidente do PT, ressaltando, no entanto, que a ênfase do partido precisa ser na construção da candidatura de Lula à reeleição, independentemente do adversário.

“E não estou simplificando. É porque eu acho que esse tem que ser o nosso maior objetivo. Independentemente do adversário que vier, ele vai vir capitalizando uma parte dessa polarização do país. Então ele vem com mais de 30% dos votos, a não ser que seja uma liderança muito frágil”.

Não há dúvidas, disse Edinho, de que Lula é candidato à reeleição, “nem para ele mesmo”, apesar de o presidente ainda fazer ressalvas, afirmando que só irá concorrer se estiver se sentindo saudável. “O Lula de hoje está melhor aos 80 anos que o Lula aos 50 anos”, disse o presidente do PT.

O PT está trabalhando para montar os palanques estaduais que servirão de base para a campanha à reeleição, disse Edinho. A intenção é ter candidatos próprios onde for possível, e ter alianças fortes onde não for.

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A tática é olhar Estado por Estado. Edinho já visitou as 27 unidades da federação nos últimos seis meses, algumas mais de uma vez, para definir as alianças locais. Ele aponta que os partidos não são monolíticos, e as diferenças regionais contam muito.

Partidos hoje da base do governo, inclusive ocupando ministérios, podem ter outro candidato à Presidência e, em alguns Estados, estar em palanques opostos ao de Lula, mas em outros Estados devem estar aliados ao presidente.

Na aliança nacional, o palanque de Lula provavelmente terá como base a mesma aliança de 2022, com PSB e PCdoB.

“Se tratarmos os partidos como se fossem homogêneos vamos estar errando na leitura. A tática do PT é olhar Estado por Estado quem é nosso aliado na vida real”, afirmou.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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