Norte-americanos temem que conflito com Irã possa se agravar, mostra pesquisa Reuters/Ipsos

Os norte-americanos estão ansiosos com o conflito entre os EUA e o Irã e temem que a violência possa escalar depois que o presidente Donald Trump ordenou o bombardeio de instalações nucleares iranianas, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos encerrada nesta segunda-feira (23).
79% dos norte-americanos entrevistados disseram estar preocupados “com a possibilidade de o Irã atingir civis em resposta aos ataques aéreos dos EUA”.
A pesquisa de três dias, que terminou nesta segunda (23) antes de o Irã informar que atacou uma base aérea dos Estados Unidos no Catar, mostrou que os norte-americanos estavam igualmente preocupados com os militares de seu país alocados no Oriente Médio. Um total de 84% disseram estar preocupados, em geral, com o crescente conflito.
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A pesquisa, que entrevistou 1.139 adultos norte-americanos em todo o país, ressaltou as profundas divisões nos EUA sobre o que Washington deve fazer em seguida e destacou os riscos políticos enfrentados por Trump, cujo índice de aprovação presidencial caiu para 41%, o nível mais baixo de seu atual mandato, que começou em janeiro. A pesquisa tem margem de erro de 3 pontos percentuais.
O bombardeio dos EUA ocorreu há apenas dois dias e a visão do público sobre a guerra pode evoluir nos próximos dias e semanas.
Apenas 32% dos entrevistados disseram apoiar a continuação dos ataques aéreos dos Estados Unidos, em comparação com 49% que disseram ser contra. Entretanto, dentro do Partido Republicano de Trump, 62% apoiaram a continuação e 22% se opuseram.
Os republicanos ficaram mais divididos quando perguntados se apoiavam o fim imediato do envolvimento dos EUA no conflito com o Irã, com 42% dizendo que Washington deveria encerrar seu envolvimento agora e 40% se opondo à ideia.
Maiorias significativas de democratas se opuseram a mais bombardeios contra o Irã e foram a favor do fim imediato do conflito.
Trump ordenou que os militares dos EUA bombardeassem as instalações nucleares do Irã no sábado (21), uma mudança dramática e arriscada na política externa após repetidas promessas de evitar intervenções militares em grandes guerras no exterior.
O índice de aprovação geral do presidente, que caiu 1 ponto percentual em relação aos 42% do início do mês, manteve-se praticamente estável nos últimos meses, mas está abaixo dos 47% registrados em uma pesquisa Reuters/Ipsos logo após seu retorno à Casa Branca.