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Nova ‘vaca leiteira’? Copel (CPLE6) pode destravar R$ 5,2 bilhões em dividendos, segundo analistas

09 maio 2025, 12:17 - atualizado em 09 maio 2025, 18:04
copel
Os analistas do Goldman Sachs calculam dividendo de até R$ 5,2 bilhões. (Imagem: COPEL)

As ações da Copel (CPLE6) figuravam entre as principais altas do Ibovespa nas primeiras horas do pregão desta sexta-feira (9), acompanhando o movimento de repercussão dos balanços do primeiro trimestre de 2025. Apesar da companhia de energia reportar uma alta de 24,6% no lucro, outra coisa chamou atenção dos investidores: a nova política de dividendos e a estrutura ótima de capital. 

Isso porque, segundo os analistas do Goldman Sachs, as novas regras aprovadas pelo Conselho de Administração, podem chegar a destravar R$ 5,2 bilhões em dividendos, o que representa um dividend yield máximo de 15,3% no cenário mais otimista.

A estimativa considera o novo parâmetro de alavancagem financeira definido pela companhia: uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,8x, com faixa de tolerância entre 2,5x e 3,1x, desde que haja retorno ao centro da meta em até 24 meses. Essa flexibilidade, segundo o Goldman, permite à empresa elevar significativamente os pagamentos aos acionistas no curto prazo.

Além disso, a nova política estabelece um percentual mínimo de 75% do lucro líquido e pelo menos duas distribuições por ano, aumentando a previsibilidade para os investidores. Mas o banco ressalta que, na prática, os dividendos podem ir muito além do mínimo, já que a Copel encerrou 2024 com cerca de R$ 9 bilhões em reservas de lucros.

De acordo com as contas do Goldman Sachs, a Copel já teria:

  • R$ 3 bilhões em dividendos no cenário base para 2025 (yield de 8,8%);
  • Com a nova alavancagem-alvo de 2,8x haveria espaço para liberar mais R$ 550 milhões (1,6% adicionais de yield);
  • Caso a companhia opte por se manter no topo da faixa de alavancagem (3,1x), esse valor poderia subir ainda mais, destravando até R$ 1,7 bilhão extra (5% de dividend yield adicional).

“O dividend yield de dois dígitos agora parece não apenas possível, mas sustentável nos próximos anos”, afirma o banco. Um dos motores para isso seria a revisão tarifária da distribuição, prevista para meados de 2026, que deve impulsionar o Ebitda da empresa em cerca de 39% até 2027, contribuindo para uma redução natural da alavancagem ao longo do tempo.

Para o BTG Pactual, com a combinação de fundamentos operacionais sólidos, desalavancagem e o potencial de reclassificação como empresa de dividendos, a ação segue como uma das principais recomendações na carteira do setor elétrico.

Os analistas do Bradesco BBI também consideram a nova política como positiva e mostra um passo relevante na direção de destravar valor na tese ao combinar uma gestão de capital eficiente com o aumento do potencial de compartilhamento de valor aos acionistas da empresa. Eles destacam que a iniciativa ainda pode reforçar o interesse de investidores mais sensíveis a yield.

A ação CPLE6 encerrou na sessão com queda de 2,73%, cotada a R$ 11,29. A ação chegou a subir no dia 4,47%, a R$ 12,39.

Copel (CPLE6) registra alta de 24,6% no lucro líquido no 1T25 na base anual

A Copel (CPLE6) registrou lucro líquido de R$ 664,7 milhões no 1º trimestre de 2025, alta de 24,6% em relação ao ano anterior. O lucro ajustado, excluindo efeitos não recorrentes, foi de R$ 576,9 milhões, avanço de 6,4%.

O Ebitda total cresceu 24,1%, para R$ 1,736 bilhão, enquanto o Ebitda recorrente subiu 13%, somando R$ 1,503 bilhão. A margem Ebitda ajustada ficou em 25,5%, com ganho de 3,8 pontos percentuais na comparação anual.

Ao final de março, a dívida líquida era de R$ 12,911 bilhões, ante os R$ 13,157 bilhões do encerramento do ano passado. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por Ebitda, alcançou 2,3 vezes no período, queda de 0,3 vez ante dezembro de 2024.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
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