Novo modelo de crédito habitacional estimulará mercado imobiliário, avalia CBIC

O novo modelo de crédito habitacional apresentado pelo governo federal muda o cenário da habitação no Brasil, avaliou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia.
Em nota divulgada à imprensa, a entidade afirmou que o programa deve ampliar o acesso à moradia e atrair investimentos em um momento em que as elevadas taxas de juros afetam o desempenho do mercado imobiliário.
“O que foi feito com o FGTS, junto com o novo crédito imobiliário, vai garantir acesso à moradia digna e de qualidade aos estratos mais carentes da população”, disse Correia em referência às restrições para antecipação do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço aprovadas na última terça-feira (7).
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Novo modelo de crédito imobiliário
Divulgado na manhã desta sexta-feira (10), o novo modelo de crédito imobiliário atualizou o valor máximo de imóveis que podem ser financiados via Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Segundo o presidente da CBIC, a alteração beneficiará principalmente as famílias que ficam de fora do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que atualmente contempla rendas de até R$ 12 mil mensais.
“Essas mudanças se concentram na classe média, que estava carente de fontes seguras de financiamento”, afirmou.
Para Correia, o novo modelo também traz mais flexibilidade para os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Atualmente, 65% dos depósitos da poupança precisam ser direcionados ao crédito imobiliário e outros 20% são obrigatoriamente recolhidos pelo Banco Central (BC), mas o programa prevê o fim do direcionamento obrigatório.
As mudanças deverão ter plena vigência a partir de janeiro de 2027, após um período de transição que será iniciada ainda neste ano.
Caixa financiará 80 mil moradias
Ontem (9), durante o Incorpora 2025, evento que ocorreu em São Paulo, o ministro das Cidades, Jader Filho, já havia adiantado que a nova política de habitação permitirá à Caixa Econômica Federal financiar 80 mil novas moradias de imediato.
“O que buscamos é ampliar o acesso ao financiamento para todas as famílias, não apenas as de baixa renda. Identificamos um segmento que estava desatendido, que agora poderá encontrar linhas de crédito compatíveis com seu orçamento”, afirmou.
O ministro também ressaltou que a pasta defenderá que o orçamento do FGTS do ano que vem direcione cerca de R$ 150 bilhões à habitação.