Política

Novo presidente de esquerda do Chile é confrontado com realidade e vê apoio diminuir

29 jun 2022, 10:23 - atualizado em 29 jun 2022, 10:23
Uma pesquisa de opinião na segunda-feira mostrou que o apoio a Boric caiu para 34%, o nível mais baixo de sua Presidência (Imagem: REUTERS/Lauren Justice)

O otimismo que tomou conta do presidente de esquerda do Chile, Gabriel Boric, ao assumir o poder em março, diminuiu à medida que a inflação, a agitação social e as turbulências políticas têm prejudicado sua popularidade e alimentado dúvidas sobre um esforço para afastar a economia de políticas favoráveis ao mercado.

O ex-líder de protestos estudantis venceu com folga as eleições presidenciais em dezembro, chacoalhando os negócios, principalmente o setor de mineração, com suas propostas de mudar as leis tributárias para financiar gastos sociais e endurecer a regulamentação ambiental. O Chile é o maior produtor mundial de cobre e o segundo produtor mundial de lítio.

Uma pesquisa de opinião na segunda-feira mostrou que o apoio a Boric caiu para 34%, o nível mais baixo de sua Presidência, refletindo o declínio do apoio à nova Constituição planejada para o país.

“Foram três meses de muita intensidade, grandes lições, autocrítica e aprendizado para trabalhar em equipe”, disse à Reuters Camila Vallejo, comunista do gabinete de Boric que atua como porta-voz oficial de seu governo.

“O primeiro momento difícil que tivemos foi a nossa primeira semana”, acrescentou, mencionando como a visita do ministro do Interior à região inquieta da Araucanía foi interrompida por tiros.

O desempenho de Boric é fundamental para o Chile e um termômetro para os governos de esquerda na região e sua capacidade de conquistar eleitores irritados com os altos preços do gás e dos alimentos, o arrefecimento do crescimento econômico e o impacto residual da pandemia de coronavírus.

A inflação no Chile está atualmente em uma taxa anual de 11,5%, muito acima da meta do banco central de 2% a 4%. A inflação mensal subiu para perto da máxima de 30 anos em março.

Boric marca uma ruptura com os líderes tradicionalmente rígidos do país andino e continua sendo um farol para os cidadãos fartos da desigualdade em uma das nações mais ricas da região após protestos violentos em 2019.

Mas enquanto a agenda ambiental de Boric e o foco na inclusão –as mulheres são a maioria de seu ministério– lhe rendem aplausos, analistas dizem que a maioria dos eleitores está mais focada em assuntos cotidianos.

“As pessoas querem chegar ao final do mês, poder comprar um carro, ter certeza de que seus filhos vão prosperar”, disse Cristóbal Bellolio, analista político e professor da Universidade Adolfo Ibáñez, em Santiago.

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