Internacional

Novo presidente do BID quer agenda unificadora

18 set 2020, 10:18 - atualizado em 18 set 2020, 10:18
BID
Ele também conversou com os governos sobre como preencher os cargos de vice-presidente, embora não os tenha prometido a nenhum país e esteja buscando os melhores candidatos (Imagem: REUTERS/Carlos Jasso)

O indicado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para liderar o Banco Interamericano de Desenvolvimento disse que agora está focado em unir a região e deixar para trás as divisões políticas que envolveram sua eleição.

Mauricio Claver-Carone, de 45 anos, foi eleito em 12 de setembro para um mandato de cinco anos como presidente do BID, quebrando uma tradição de seis décadas de comando por um latino-americano.

A campanha foi controversa em alguns momentos. A Argentina liderou uma iniciativa que incluiu Chile, México e Costa Rica para atrasar a votação, levando Claver-Carone a acusar o governo do presidente argentino Alberto Fernández de obstrução.

Claver-Carone disse que conversou com Fernández e com os presidentes do Chile e da Costa Rica nesta semana e que foram “conversas excelentes e produtivas sobre como podemos ter uma agenda unificadora e seguir em frente”.

Ele também conversou com os governos sobre como preencher os cargos de vice-presidente, embora não os tenha prometido a nenhum país e esteja buscando os melhores candidatos, em vez de se limitar a representantes dos países com mais peso, como tem sido tradição do BID, afirmou.

Segundo Claver-Carone, seu objetivo nas primeiras semanas da presidência é consultar o conselho sobre as posições de liderança. “Obviamente, tenho uma noção de pessoas extraordinariamente talentosas na região, cujo conjunto de habilidades adoraria ter”, disse em entrevista na quarta-feira.

Claver-Carone vai substituir Luis Alberto Moreno, que deixa o comando do BID no final deste mês após 15 anos, ou três mandatos. O banco, com sede em Washington, teve apenas quatro presidentes em 61 anos de existência, e todos duraram pelo menos uma década.

Como diretor sênior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Claver-Carone liderou uma política de linha dura com Cuba e defendeu sanções contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

A indicação de Claver-Carone atraiu críticas de membros do Partido Democrata, incluindo do senador de Vermont Patrick Leahy, bem como de ex-ministros e presidentes da América Latina.

Claver-Carone trabalhou anteriormente como chefe de gabinete do presidente do Banco Mundial, David Malpass, quando foi subsecretário do Tesouro para assuntos internacionais, e como representante dos Estados Unidos no Fundo Monetário Internacional.

Claver-Carone disse que, como o primeiro líder do BID a ter feito parte do conselho de uma instituição financeira internacional desde seu primeiro presidente Felipe Herrera, há seis décadas, ele tem um grande apreço pelo papel do conselho do BID.

“Acho isso realmente inestimável”, disse sobre sua experiência no conselho. “Uma das maiores reclamações que você ouve é como o poder do conselho com essas presidências de 15 a 20 anos continuou a definhar. Parte da minha campanha e parte da minha apresentação foi sobre devolver o poder ao conselho.”

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