Mercados

Novo recorde: Ibovespa supera os 141 mil pontos pela primeira vez e renova máxima histórica intradia

03 jul 2025, 11:33 - atualizado em 03 jul 2025, 17:34
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O recorde intradia do Ibovespa tem o cenário externo como gatilho: bolsas de Wall Street nas máximas e alta das commodities (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Com o “empurrão” dos índices de Wall Street e das commodities metálicas, o Ibovespa (IBOV) renovou a máxima histórica intradia nesta quinta-feira (3).

Por volta de 14h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 141.303,55 pontos, com avanço de 1,65%. O último recorde intradia tinha sido registrado em 27 de maio, quando o índice atingiu os 140.381,93 pontos.

O recorde intradia do Ibovespa tem o cenário externo como gatilho. Os índices de Wall Street operam em níveis recordes após novos dados do mercado de trabalho. O payroll, que é o relatório oficial de empregos, apontou a criação de 147 mil vagas em junho, acima da expectativa de 110 mil postos de trabalho abertos no mês.

A taxa de desemprego desacelerou de 4,2% em maio para 4,1% em junho, abaixo das projeções de avanço para 4,3%.

“O payroll segue mostrando que, apesar dos receios, o mercado de trabalho norte-americano registra certa resiliência, apesar de dados que sugerem uma desaceleração na economia americana. O dado reforça a postura de cautela e parcimônia do Fed na condução de política monetária, e parece reduzir a necessidade de cortes de juros no curto prazo”, avaliou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro.

No cenário doméstico, os investidores continuam monitorando as tensões políticas entre o Legislativo e o Executivo. Nesta semana, o governo federal entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do decreto presidencial que previa elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para câmbio, crédito para empresas e previdência privada.

Sobe e desce do Ibovespa

Entre as companhias listadas no Ibovespa, apenas quatro das 85 ações da carteira teórica operam em queda:  Raízen (RAIZ4), BRF (BRFS3), MRV (MRVE3) e Santos Brasil (STBP3).

Na primeira parte da sessão, a ponta positiva foi liderada pela Klabin (KLBN11), com expectativas para os resultados do segundo trimestre (2T25). O Itaú BBA vê a companhia como um dos destaques na próxima temporada de balanços, com uma sólida melhora sequencial nos resultados, embora partindo de uma base fraca.

Além disso, as ações são beneficiadas pela perspectiva de desalavancagem da companhia. No início da semana, a Klabin informou que recebeu um aporte de R$ 700 milhões referente ao Projeto Plateau e que o investimento residual desta parcela, de R$ 300 milhões, está previsto para o segundo semestre deste ano.

O aporte faz parte do acordo de sociedade da Klabin com a Timber Investment Management Organization (TIMO) para a exploração da atividade florestal nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, chamado de Projeto Plateau, firmado no final de outubro do ano passado.

Além disso, as ações da Embraer (EMBR3) sobem mais de 3% e figuram como as mais negociadas da B3. A fabricante brasileira entregou 61 aeronaves durante o segundo trimestre de 2025 (2T25). 

Na avaliação do Bradesco BBI, as entregas foram positivas. “No 1T25, as entregas de jatos executivos da Embraer já haviam superado o consenso em 2 unidades. Já no 2T25, a Embraer também entregou 25% de sua orientação de jatos executivos (ponto médio), contra 21% no 2T24”, destacaram os analistas André Ferreira e Wellington Lourenço.

“Em nossa visão, isso mostra que a Embraer avança no nivelamento da produção, principalmente no segmento de aviação executiva. Vemos isso como uma redução significativa do risco para a Embraer cumprir sua orientação de entrega de jatos executivos para 2025 e para os próximos anos”, acrescentaram os analistas.

A corretora do Bradesco tem recomendação de compra para EMBR3 e elevou o preço-alvo para R$ 97 — o que representa um potencial de valorização de 21,8% sobre o preço de fechamento de ontem (2).

Entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) opera como a ação mais negociada da B3. Os papéis da mineradora avançaram na esteira do desempenho do minério de ferro na China nas primeiras horas do pregão, mas encerrou em leve queda. O contrato mais líquido da commodity, com vencimento para setembro, subiu 2,45%, a 733 yuans (US$ 102,28) a tonelada na Bolsa de Dalian.

Petrobras (PETR4;PETR3) ganharam força na reta final do pregão a despeito do recuo do petróleo.

É importante ressaltar que os papéis da mineradora e da petroleira, combinados com o setor bancário, correspondem a 50% do desempenho do Ibovespa, dado o peso das companhias na composição do índice.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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