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Novos testes podem vencer batalha contra vírus

31 mar 2020, 15:39 - atualizado em 31 mar 2020, 15:39
Coronavírus, teste
Os governos estão dispostos a fazer uma grande aposta em novas abordagens de teste que buscam sinais de infecção de forma mais ampla do que os diagnósticos existentes (Imagem: Pixabay)

A Espanha tinha tanta urgência de novos testes rápidos de coronavírus que comprou um tipo que não funcionava. O mesmo aconteceu com a República Tcheca. O Reino Unido também comprou milhões deles, mesmo antes de os cientistas avaliarem sua precisão.

Por que a pressa? Países desesperados para conter a pandemia precisam de um quadro mais claro do vírus e de sua propagação.

Os governos estão dispostos a fazer uma grande aposta em novas abordagens de teste que buscam sinais de infecção de forma mais ampla do que os diagnósticos existentes. Há muito em jogo com economias do mundo todo paradas e o número de mortos subindo.

Esses testes “serão mais baratos, fáceis de usar e podem ser amplamente implementáveis”, disse Catharina Boehme, presidente da Fundação para Novos Diagnósticos Inovadores em Genebra, um grupo sem fins lucrativos que avaliará os novos testes nas próximas semanas. Mas “ainda há muita incerteza sobre o desempenho desses testes”.

Até agora, a única maneira de confirmar se alguém tem o Covid-19 era por meio de um processo intensivo de mão de obra e recursos que detecta o material genético do coronavírus em amostras coletadas do nariz ou garganta de uma pessoa.

Embora altamente precisos, esses testes moleculares têm desvantagens, como a falta de componentes essenciais.

Os testes também são executados em máquinas complexas que exigem técnicos qualificados. Os gargalos resultantes impediram tentativas de testes em larga escala, e as trágicas consequências são vistas em Milão, Nova York, Madri e outros pontos do mundo.

Por outro lado, o diagnóstico rápido pode ser tão simples quanto um teste de gravidez em casa, fornecendo resultados em menos de 15 minutos, caso mostrem que funcionam. A tecnologia subjacente também é sólida, usada amplamente há anos para testar pessoas para influenza, HIV e zika.

A única razão pela qual demorou tanto tempo para esses testes se tornarem disponíveis é que pesquisadores tiveram primeiro que obter amostras de sangue dos pacientes para estudar como reagiram ao coronavírus e depois desenvolver diagnósticos que reconhecessem a resposta.

Teste de imunidade

Os novos testes vêm em duas variedades. Uma busca os chamados antígenos – substâncias que induzem uma resposta imune – em amostras do nariz e da garganta.

Por serem rápidos e simples, são adequados para centros de testes de drive-through, consultórios médicos ou até residências.

O segundo tipo busca anticorpos que o corpo de um paciente produz em reação ao ataque viral. Esses testes devem dizer se as pessoas já venceram o Covid-19, mesmo que nunca tenham tido sintomas ou tenham confundido sua doença com a gripe.

Mas especialistas recomendam cautela.

“Até que tenhamos validado os testes de forma independente, os governos não devem se apressar em comprar milhões deles”, disse Rosanna Peeling, diretora do Centro Internacional de Diagnóstico da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

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