Comprar ou vender?

Nubank: O que esperar do IPO?

06 maio 2021, 15:29 - atualizado em 06 maio 2021, 15:33

Quando se fala em banco digital logo se vem a cabeça o Nubank. A empresa caiu na graça do público brasileiro e hoje possui 35 milhões de clientes – até 2019 eram 12 milhões. Para além da fama que se criou da marca, vale a pena entrar no seu IPO (Oferta Pública de Ações, em português)?

Para responder essa pergunta, o analista da Empiricus, Max Bohm, destrinchou os dados do banco. O primeiro ponto que chama a atenção é a sua quantidade de clientes: a companhia ganha, em média, 40 mil clientes por dia, enquanto o Banco Inter (BIDI11), por exemplo, acrescenta 10 mil clientes por dia.

“O Nubank tem atraído pessoas desbancarizados ou os insatisfeitos com os serviços com os grandes bancos”, argumenta.

Atualmente, os principais produtos da companhia são o seu cartão de crédito roxinho, a conta corrente – NuConta, seguros de vida e plataforma de investimentos, depois de comprar a Easynvest.

Além disso, a fintech também atraiu grande quantidade de investidores. A última rodada de investimentos, que aconteceu em janeiro deste ano, levantou US$ 400 milhões por 1,6% de participação. A empresa pretende expandir sua operação no México e na Colômbia com os recursos.

Sendo assim, hoje o banco é avaliado no valor de R$ 25 bilhões, equivalente a R$ 140 bilhões, entrando no hall dos grandes bancos brasileiros.

Vale a pena?

O Nubank é o 4º maior banco da América Latina, atrás do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), bancos que entregam lucros anuais acima de R$ 15 bilhões e geram rentabilidade para seus acionistas.

Nesse possível IPO, a empresa pretende listar suas ações nos Estados Unidos, para atrair investidores estrangeiros e precificar melhor sua oferta, seguindo a XP Investimentos (XP), Stone (STNE) e Pag Seguro (PAGS), que entregam R$ 2 bilhões, R$ 1 bilhão e R$ 1,4 bilhão de lucro respectivamente.

Mas colocando na ponta do lápis, o Nubank, apesar de todo o crescimento, deu R$ 313 milhões de prejuízo em 2019. Em 2020, o prejuízo caiu para R$ 230 milhões.

De acordo com o analista, para reverter a situação e entregar lucros, o “roxinho” terá que cobrar taxas de seus clientes.

Ainda segundo o Max, os investidores devem olhar o lucro.

“Se o Nubank entregar lucro ou melhorar a rentabilidade em 2021 pode ser que seja um IPO interessante. Nesse momento, gerando prejuízo, não é uma boa ideia”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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