Nubank (ROXO34) lucra US$ 557 milhões no 1T25, alta de 74%; ação cai

O Nubank (ROXO34) apurou lucro líquido de US$ 557 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 74% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra balanço divulgado nesta terça-feira (13).
Já o lucro líquido ajustado foi de US$ 606,5 milhões, enquanto analistas, em média, apontavam para um ganho de US$ 630,5 milhões, segundo pesquisa da LSEG.
O resultado, que foi impactado positivamente em US$ 47 milhões antes dos impostos devido a uma revisão de créditos fiscais, também ficou ligeiramente abaixo do consenso divulgado pela empresa, de US$ 614 milhões.
Após entregar resultados fracos no quarto trimestre, quando a ação caiu quase 20% em um único dia, o roxinho entra em campo com a ‘pressão’ de mostrar números mais positivos.
Até o momento, o desempenho da fintech na bolsa está abaixo do maior rival, o Inter (INBR32), que sobe 55%, e de outros bancões, que dispararam mais de 20%. O Nubank sobe 13% no ano.
E, em um primeiro momento, o mercado parece não ter gostado. Por volta das 18h25, a ação caia quase 5% no after-market de Nova York, onde é negociada.
No retorno sobre o capital (ROE), o banco alcançou 27%, queda em relação ao quarto trimestre, quando entregou 29%, mas alta de quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior. O número está acima dos 22% do Itaú (ITUB4), o maior banco do Brasil.
“Com um equilíbrio entre ousadia e disciplina, estamos aproveitando diversas oportunidades de crescimento ao expandir de forma responsável, reinvestir estrategicamente e ampliar nosso bem-sucedido modelo de negócios”, afirmou David Vélez, fundador e CEO do Nubank.
Mesmo com trimestre considerado mais fraco, a carteira de crédito total foi a US$ 24,1 bilhões, crescimento de 40% no ano.
O índice de eficiência melhorou para 24,7% (ou 26,7% excluindo impacto pontual de US$ 47 milhões).
Receitas recordes do Nubank
As receitas totais cresceram 40%, atingindo um novo recorde de US$ 3,2 bilhões, enquanto a receita financeira líquida (NII na sigla em inglês) cresceu 34%, para US$ 1,8 bilhão.
De acordo com o Nubank, as cifras estão alinhadas com as expectativas e, mais importante, “resultantes de escolhas estratégicas deliberadas que foram feitas para otimizar o crescimento de longo prazo do Nu”.
Por outro lado, a margem financeira líquida (NIM, na sigla em inglês) caiu 20 pbs sequencialmente para 17,5%, “conforme esperado, impulsionada por escolhas estratégicas deliberadas para otimizar o crescimento no longo prazo”.
O NIM ajustado ao risco também recuou, para 8,2%.
“Essa compressão reflete a pressão temporária que também observamos no NIM nominal, refletindo nossas decisões conscientes sobre a precificação de depósitos em novas geografias e o ritmo estratégico de crescimento dos ativos”.
Recententemente, o Nu México anunciou a aprovação da sua licença bancária pela Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários (CNBV).
Com isso, o Nu se tornou a primeira Sociedade Financeira Popular (SOFIPO) a obter aprovação para se transformar em banco.
A expansão internacional é vista como um dos principais caminhos para o Nubank crescer.
Inadimplência em alta
Métrica muito observado por analistas, o principal índice de qualidade de ativo do Nu, a inadimplência de 15 a 90 dias no Brasil, cresceu 60 pbs (pontos-base), para 4,7%
Por outro lado, a inadimplência de mais de 90 dias caiu 50 pbs para 6,5%, “superando as tendências históricas de sazonalidade”.
“Essa melhora é consistente com os níveis mais baixos de inadimplência em estágios iniciais observados em trimestres anteriores, já que o NPL 90+ normalmente tem um atraso de 1 a 3 trimestres em relação ao NPL 15-90”, justifica.
Número de clientes
No Brasil a base de clientes alcançou 104,6 milhões até 31 de março de 2025, atendendo quase 59% da população adulta do país.
Além disso, aumentou significativamente as originações em empréstimos sem garantia, atingindo um recorde de R$ 17,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025.
Porém, o banco ressalta que, ao mesmo tempo, manteve a inadimplência sob controle.
No México, alcançou 11 milhões de clientes no México, um aumento de 91% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na Colômbia, houve aumento de 30% em relação ao trimestre anterior, com 3 milhões de clientes.