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Nubank (ROXO34) nos EUA: Por que ação cai nesta quarta?

01 out 2025, 16:15 - atualizado em 01 out 2025, 17:31
Nubank
(Imagem: Divulgação)

O Nubank (NU; ROXO34) lançou o desafio de entrar nos Estados Unidos. Apesar da reação inicial positiva — quando a ação chegou a subir com o anúncio —, nesta quarta-feira (1º), o mercado parece ter mudado de ideia.

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Por volta das 15h40, o papel recuava 4,54%, a R$ 13,64.



É verdade que o mercado como todo tem um dia mais difícil. Mas o Nubank também cai mais do que outras ações, como o Inter, que tinha desvalorização de 2,36%.

Embora reconheçam pontos positivos, analistas veem a medida como ambiciosa.

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Segundo a XP, os EUA representam uma oportunidade, mas também um mercado altamente fragmentado, com forte concorrência pela frente.

Outro ponto negativo, de acordo com a corretora, é que agora, terá de dividir sua atenção entre EUA, Colômbia e México — sendo este último um mercado em plena expansão.

“As operações do México e Colômbia ainda precisam atingir um nível sustentável de rentabilidade, enquanto no Brasil a operação ainda requer maior tração em algumas iniciativas (alta renda e empréstimos consignados)”, afirma.

Além disso, os analistas levantam dúvidas sobre qual tipo de cliente o Nubank buscará atender nos EUA: o consumidor americano tradicional ou estrangeiros residentes no país.

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“Essa definição será crucial para dar clareza sobre a estratégia e os riscos da expansão”.

O Bank of America vai na mesma linha ao dizer que o país possui um mercado altamente competitivo, com forte penetração, alto custo de aquisição de depósitos e bancos tradicionais que já investem pesadamente em digitalização.

Visão de longo prazo

Já o JPMorgan adota um tom mais equilibrado, lembrando que a entrada nos EUA deve ser lida como uma estratégia de longo prazo.

Normalmente, o processo de concessão de licença de banco nacional no país leva de 2 a 3 anos.

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“Esse processo pode levar anos, sendo que algumas fintechs têm optado por comprar licenças. Portanto, não esperamos nenhum impacto relevante no lucro por ação (LPA) no curto prazo”, escrevem os analistas.

Se bem executada, no entanto, a iniciativa pode expandir significativamente o TAM (mercado endereçável total) e o pool de lucros do Nubank.

Atualmente, os EUA concentram mais de US$ 1 trilhão em saldos de cartão de crédito, cerca de 10 vezes o volume do Brasil — que já é quatro vezes maior que o do México.

No passado, o banco digital chegou a mencionar que poderia adotar uma abordagem por estados, como Flórida, Texas e Califórnia.

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Os EUA também oferecem um novo mercado significativo para a Nu, com um lucro líquido de aproximadamente US$ 260 bilhões em 2024.

O desafio: qual dor resolver?

O JPMorgan ressalta, contudo, que ainda não está claro qual dor o Nubank pretende atacar nos EUA.

No Brasil, o banco surfou a onda das altas tarifas bancárias e baixo NPS (Net Promoter Score) do varejo tradicional.

Já no México, a estratégia se apoiou nos baixos rendimentos de depósitos das instituições locais.

Nos EUA, porém, o cenário é mais complexo.

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“Embora atender clientes já existentes no país possa abrir oportunidades de vendas cruzadas, vimos o Inter (INBR32) tentar isso nos últimos anos”, conclui o JPMorgan.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.