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Nubank: superar o Itaú em número de cartões de crédito é fácil; difícil é lucrar com isso

26 ago 2020, 18:05 - atualizado em 26 ago 2020, 18:06
Questão de valores: para o UBS, bom, mesmo, seria se Nubank gerasse mais receita com seus cartões (Imagem: Divulgação/Nubank)

O Nubank está cada vez mais perto de superar o Itaú Unibanco (ITUB4), em volume de cartões de crédito emitidos aos clientes. Segundo o UBS, o bancão das famílias Setúbal, Moreira Salles e Villela detém cerca de 35% desse mercado, com cerca de 33 milhões de plásticos emitidos.

Essa liderança, contudo, está ameaçada pela impressionante arrancada do Nubank. Em pouco menos de dois anos, a fintech saltou de 6 milhões de cartões para 26 milhões.

Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, que assinam o relatório do UBS obtido pelo Money Times, observam que “o Itaú é o líder (de longe) do negócio de cartões de crédito no Brasil, com uma participação de cerca de 31% do total de créditos concedidos, e, portanto, é o que provavelmente mais sofrerá com a forte expansão das operações do Nubank”.

Não é só para deixar na carteira

O grande desafio do Nubank, segundo os analistas, não é superar o volume de plásticos do Itaú. A questão é torná-los tão rentáveis, quanto o rival. Mesmo com uma base de cartões apenas 27% maior que a do Nubank, o Itaú gerou uma taxa de intercâmbio, por cliente, de R$ 84 no primeiro semestre. Trata-se de uma cifra 250% superior aos R$ 24 gerados pelo Nubank.

Itaú
Cartões na manga: Itaú ainda gera muito mais receita de cada portador de cartões de crédito (Imagem: Youtube/Itaú Unibanco)

A taxa de intercâmbio refere-se às quantias pagas entre emissores e adquirentes no mercado de cartões de crédito, e representam uma das maiores fontes de receitas desse negócio.

Outro ponto em que o Nubank está bem longe do Itaú é o tíquete médio do crédito movimentado pelos clientes. No Itaú, os usuários de cartão de crédito movimentaram cerca de R$ 2,2 mil no primeiro semestre. A cifra é 372% maior que os R$ 468 de tíquete médio dos clientes do Nubank.

Segundo o UBS, dois fatores explicam tamanha diferença entre as instituições: a maturidade da base de clientes do Itaú, e a maior renda média deles. Assim, o Nubank encontra-se num paradoxo: segundo maior emissor de cartões de crédito do país, o banco detém apenas 5% da carteira de crédito total movimentado pelo mercado de cartões.

Enquanto o Nubank não conseguir rentabilizar sua grande base de cartões, o UBS seguirá com o Itaú. O banco suíço reafirmou sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 32.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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