NuCel, operadora do Nubank, pode virar o jogo da telefonia, aponta XP
O crescimento do NuCel, operadora virtual do Nubank (ROXO34), pode estar provocando mudanças no setor de telecomunicações, segundo análise da XP Investimentos.
Em relatório, o banco destaca que, nos últimos 12 meses, a Claro se manteve como o maior receptor líquido de portabilidade numérica — quando clientes trocam de operadora mantendo o mesmo número de telefone —, enquanto a TIM (TIMS3) foi a maior doadora líquida, ou seja, a que mais perdeu clientes para concorrentes.
No período, a Claro registrou saldo positivo de 731 mil portabilidades. “O destaque foi a forte aceleração nas doações de clientes para a Claro nos últimos dois meses. Em termos líquidos, a Claro adicionou 104 mil e 98 mil clientes via portabilidade em outubro e novembro, respectivamente. Comparado à média de outubro de 2024 a setembro deste ano, isso representa uma aceleração de cerca de 50 mil clientes líquidos por mês”, ressalta a XP.
E o que o Nubank tem a ver com isso? A operadora do NuCel funciona como uma operadora virtual (MVNO) utilizando a infraestrutura da Claro. A operadora oferece planos de celular com contratação e gestão 100% digital pelo aplicativo do banco, aproveitando a rede 5G da operadora tradicional.
“Essa aceleração coincide com o aumento dos esforços da Nucel, incluindo campanhas de marketing mais intensas e a implantação inicial de cartões SIM físicos. Embora os dados de portabilidade não permitam isolar o impacto exclusivo da Nucel — já que são reportados no nível da operadora —, o timing e a magnitude da recente aceleração sugerem que a dinâmica competitiva pode estar mudando mais rápido do que indicam as participações de mercado atualmente”, afirmam os analistas da XP.
Enquanto isso, a Vivo registrou 156 mil portabilidades, mas apresentou deterioração no seu balanço recente, com perda líquida média de 5 mil clientes por mês em outubro e novembro, contra um ganho médio de 16 mil clientes mensais no período de outubro/24 a setembro/25.
A TIM, por sua vez, teve saldo negativo de 1,33 milhão de clientes. A doação líquida média mensal da operadora subiu para 134 mil nos últimos dois meses, ante 106 mil clientes por mês no período outubro/24 a setembro/25, uma deterioração de cerca de 28 mil clientes por mês. Se essa tendência se mantiver ao longo do ano, a TIM poderia perder até 336 mil clientes, ou cerca de 1,3% da base pós-paga, com potencial impacto na receita.