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Nvidia estima impacto de US$8 bi com regras dos EUA sobre chips; projeção de receita vem abaixo do esperado

28 maio 2025, 20:31 - atualizado em 28 maio 2025, 20:31
Valor de mercado da empresa de inteligência artificial chegou a US$ 3,4 trilhões

A Nvidia (NVDC34) superou as expectativas para vendas durante seu primeiro trimestre fiscal, mas projetou receita inferior ao esperado no mercado para o segundo trimestre, prevendo um impacto de US$8 bilhões nas vendas devido às restrições mais rígidas dos Estados Unidos sobre exportações de chips para a China.

Ainda assim, as ações da empresa mais valiosa do mundo subiam 4% no pós-mercado. Os papéis seguem relativamente estáveis no ano até agora, em comparação com 2024, quando o valor das ações quase triplicou. A Nvidia agora enfrenta restrições comerciais sobre o que pode vender, e o mercado de data center de IA também está amadurecendo.

Anos de esforços de Washington para impedir o acesso de Pequim à tecnologia de ponta dos EUA resultaram em restrições mais rígidas à exportação dos chips de IA da Nvidia – sufocando o acesso da empresa a um dos maiores mercados de semicondutores.

Mas a empresa assinou este mês uma série de novos acordos no Oriente Médio, incluindo as primeiras fases de uma instalação de data center nos Emirados Árabes, que pode eventualmente usar 5 gigawatts de infraestrutura de IA. A empresa também anunciou acordos semelhantes na Arábia Saudita e em Taiwan.

“Temos uma linha de visão para projetos que exigem dezenas de gigawatts de infraestrutura de IA da Nvidia em um futuro não muito distante”, disse a diretora financeira da Nvidia, Colette Kress, a analistas em uma teleconferência.

Contudo, no curto prazo, a Nvidia enfrenta restrições na China, onde Kress disse que sua receita de data center diminuiu.

As novas restrições dos EUA sobre a venda de chips H20 da Nvidia para a China, os únicos processadores de IA que a empresa poderia exportar legalmente para o país, levaram a Nvidia a estimar encargos de US$5,5 bilhões, enquanto seu presidente-executivo, Jensen Huang, fixou em maio um impacto de cerca de US$15 bilhões na receita em função das restrições.

Nesta quarta-feira, a Nvidia disse que o encargo real do primeiro trimestre decorrente das restrições sobre o H20 foi US$1 bilhão a menos do que o esperado, já que a empresa conseguiu reutilizar alguns materiais. A Nvidia disse que perdeu US$2,5 bilhões em vendas de H20 no primeiro trimestre e espera perder outros US$8 bilhões no segundo trimestre.

No entanto, a Nvidia também disse que o H20 gerou US$4,6 bilhões em vendas no primeiro trimestre e que a China foi responsável por 12,5% do faturamento geral no período.

Gil Luria, analista da D.A. Davidson, disse que o impacto geral das restrições ao H20 foi menor do que se temia.

“Houve uma remoção de parte da receita vinda da China das orientações para o trimestre de julho, mas também houve uma receita oriunda da China que foi puxada para o primeiro trimestre. Os compradores chineses estavam estocando H20 antes das restrições, o que sustentou o trimestre de abril”, disse Luria.

Em base ajustada, a Nvidia lucrou US$0,81 por ação no primeiro trimestre. As estimativas dos analistas variaram bastante, à medida que Wall Street tentava avaliar o impacto das restrições sobre algumas das vendas da Nvidia para a China.

Excluindo os encargos, o lucro ajustado por ação no primeiro trimestre teria sido de US$0,96.

Segundo dados compilados pela LSEG, a estimativa para o lucro trimestral ajustado da empresa era de US$0,93 por ação, com 17 analistas fornecendo projeções após 15 de abril, quando a Nvidia informou que as remessas do H20 precisariam de licenças adicionais.

A empresa, líder no mercado de inteligência artificial, espera uma receita de US$45 bilhões no segundo trimestre, com margem de 2% para mais ou para menos, versus estimativa média de analistas de US$45,90 bilhões, segundo dados reunidos pela LSEG.

A previsão inclui uma perda na receita do H20 de cerca de US$8 bilhões devido às recentes limitações de exportação.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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