O alerta da Fitch para o BRB; ‘Incerteza do impacto e enfraquecimento dos controles’
A Fitch não perdeu tempo e rebaixou o rating do BRB (BSLI4), de B- para CCC, o significa um grau elevado de risco de crédito. A perspectiva continua em negativa.
Além disso, rebaixou o rating de viabilidade (RV) para ‘ccc’, de ‘b-’, e o rating nacional de longo prazo para ‘CCC(bra)’, de ‘BBB+(bra)’.
O corte do rating ocorre em meio à operação que prendeu o banqueiro Daniel Vorcaro e liquidou o Banco Master. Junto com isso, a estatal teve o seu presidente, Paulo Henrique Costa, afastado.
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De acordo com a agência, houve enfraquecimento da governança e dos controles internos de risco do banco após o afastamento de dois diretores, determinada pela justiça brasileira
“As questões de governança e as investigações sobre carteiras de crédito supostamente fraudulentas adquiridas do Banco Master aumentaram substancialmente o risco de falha do BRB e revelaram graves deficiências nas práticas de supervisão e gestão de riscos”.
Ainda segundo a Fitch, as investigações podem afetar significativamente o balanço, a capitalização e a franquia da entidade.
“Considerando as modestas reservas adicionais de capital do BRB e os desafios estruturais de capitalização anteriores, a Fitch acredita que a possibilidade de perdas relevantes não pode ser descartada”.
A observação negativa também reflete as incertezas quanto à dimensão e ao impacto financeiro finais da alegada fraude.
Para tentar sanar as dúvidas, o conselho de administração contratou uma auditoria externa especializada para investigar as questões levantadas pelas autoridades e ajudar a determinar o alcance dos problemas.
O que diz o BRB?
Em nota enviada na sexta passada, o banco declarou que mantém sua solidez financeira.
De acordo com o BRB, dos R$ 12,76 bilhões apontados pela imprensa como exposição bruta de carteiras com documentação fora dos padrões exigidos, mais de R$ 10 bilhões já foram liquidados ou substituídos, e o valor restante não representa exposição direta ao Banco Master.
Segundo a instituição, a maior parte dos valores citados já foi regularizada.
O banco afirma que todas as alterações de carteiras e garantias — previstas em contrato — foram reportadas ao Banco Central e acompanhadas pelas autoridades.
A instituição também destacou que atua como credora na liquidação extrajudicial e reforçou seus controles internos, garantindo que as carteiras atuais estão em conformidade