O ano extraordinário para bovinos, a afirmação para suínos e a resiliência do frango: O 2025 das carnes
Apesar dos diferentes e expressivos desafios, o mercado de carnes do Brasil apresentou um resultado e desempenho sólido em 2025.
O ano foi de afirmação do Brasil como grander player global em suínos. Para frangos, o destaque ficou para resiliência mesmo com os impactos causados pela gripe aviária. Já a carne bovina teve um ano extraordinário para indústria e exportações. A visão é de Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado.
“No mercado do boi, tivemos o maior abate da nossa história para um ano, que deve passar de 41 milhões de cabeças abatidas. Era para o preço da arroba estar lá embaixo, mas nao foi isso que aconteceu. Em São Paulo, vimos os preços acima de R$ 300 praticamente o ano inteiro. Foi um ano em que o pecuarista pôde enxergar o copo meio cheio. Os grandes confinamentos e os pecuaristas mais tecnificados conseguiram boas margens”, explica.
Quanto a reposição (bezerro e boi magro), os preços estão ficando mais altos, um sinal claro de inversão para o ciclo pecuário.
“O que salvou o mercado do boi e manteve a arroba valorizada foram as exportações. A China teve um papel fundamental, tendo comprado quantidades impressionantes de carne do Brasil. Para o fim de ano, esperamos ritmo forte tanto de abate quanto de exportação”.
Segundo Iglesias, a gripe aviária impediu que o Brasil registrasse um recorde para exportações. Entretanto, para 2026, a expectativa é de superar 5,5 milhões de toneladas, o número que era esperado para este ano.
“O Brasil não é líder em aves por acaso. Trabalhamos muito bem esse mercado e entedemos muito bem os meandros e canais de distribuição. Tivemos um episódio de gripe aviária e resolvemos o problema em menos de 30 dias. No Hemisfério Norte, nem EUA ou Europa conseguem controlar a doença”.
No segmento de suínos, o ano nos consolidou como os principais fornecedores da proteína no mundo. E isso tende a crescer nos próximos anos.
“O modelo de negócio do Brasil, ele é muito interessante. Essa verticalização da produção, esse regime de integração, o cooperativismo ajuda demais. Até o final da década podemos nos tornar o maior exportador de carne suína. Já estamos caminhando para o terceiro lugar”.