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O Brasil ‘melou’ mesmo o balanço da Netflix? Entenda por que streaming culpou país por resultado fraco

22 out 2025, 11:24 - atualizado em 22 out 2025, 11:24
ação bdr netflix nflx34
(Imagem: Canva / Montagem: Bruna Martins)

A Netflix (B3: NFLX34 | Nasdaq: NFLX) publicou seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano (3T25) e os números decepcionaram os investidores. A linha mais preocupante do resultado foi o lucro por ação (LPA), que ficou 15,9% abaixo das expectativas do mercado.

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Isso porque o lucro líquido foi de US$ 2,547 bilhões, um crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2024, mas abaixo dos US$ 3 bilhões esperados pelo consenso do mercado. 



Com isso, o LPA foi de US$ 5,87, contra as projeções de US$6,98. E a Netflix culpou o Brasil por esse impacto, afirmando que se trata de um encargo fiscal não recorrente de US$ 1,09 por ação. 

Mas afinal, é culpa do Brasil?

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Netflix e o Brasil: Impacto fiscal do CIDE

Quem explica é Enzo Pacheco, analista de tecnologia da Empiricus. “Os executivos deixaram bem claro que o principal culpado na piora dos seus resultados foram os encargos fiscais cobrados pelo Fisco do Brasil, que totalizaram US$ 619 milhões no trimestre”, explica. 

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Acontece que, em agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) reinterpretou o alcance da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). 

A Corte entendeu que o tributo se aplica também a pagamentos de serviços ao exterior mesmo quando não há transferência de tecnologia. 

“Na prática, isso criou uma incidência de 10% sobre remessas feitas por empresas brasileiras a suas matrizes ou prestadoras estrangeiras, gerando um custo direto sobre a operação internacional”, diz Pacheco. 

No caso específico da Netflix, a subsidiária brasileira paga à matriz americana pelos serviços de tecnologia e de conteúdo que permitem oferecer assinaturas no país. Até então, uma decisão judicial de 2022 isentava a empresa dessa cobrança.

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A mudança de entendimento do STF reverteu o cenário e obrigou a companhia a reconhecer retroativamente o passivo referente ao período de 2022 a 2025, o que explica o montante. 

Atenção ao “não recorrente”

A empresa esclareceu que esse pagamento único impactou o lucro por ação em cerca de US$ 1,09. Ou seja, desconsiderando esse valor do resultado final, a Netflix teria, na verdade, superado as expectativas de lucro. 

“Excluindo o ‘ruído’ fiscal, a tese de investimento da Netflix permanece sólida, impulsionada por uma execução estratégica eficaz”, diz o analista. “As medidas de monetização, incluindo a repressão ao compartilhamento de senhas e os ajustes de preço, continuam a converter não pagantes em receita e a aumentar o valor médio por usuário”. 

Entretanto, Pacheco entende que a forte queda no papel após o resultado parece indicar um ativo caro no valuation atual (“quase 40 vezes seus lucros projetados para 2026”, pondera ele).

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Atualmente, a Empiricus não tem recomendação de compra para o papel, mas uma desvalorização significativa “pode abrir um ponto de entrada interessante para as nossas séries internacionais”, conclui.

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É editor-assistente do Money Times, atua na cobertura de criptomoedas, criptoeconomia e tecnologia para o Crypto Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, graduando em Economia na Unifesp. Foi repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times, atua na cobertura de criptomoedas, criptoeconomia e tecnologia para o Crypto Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, graduando em Economia na Unifesp. Foi repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
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